Sexta-feira de demissões em massa no Twitter

Funcionários dispensados vão processar a big tech e isso pode custar bilhões

Continua depois da publicidade

Brasília – Nesta sexta-feira (4), a big tech de micromensagens Twitter, que trocou de mãos num ruidoso processo de compra liderado pelo homem mais rico do mundo, o sul-africano-candadense naturalizado norte-americano Elon Musk, passa por turbulências que não têm nada a ver com problemas de funcionamento, mas de gestão. Musk expediu e-mails informando que as demissões começam hoje — e são em massa.

O homem que comprou o “pássaro azul” está organizando a gaiola para domá-lo ao seu gosto. O memorando contido nos e-mails enviados na noite desta quinta-feira (3) notificou os funcionários de que receberiam um aviso até as 12h da sexta (horário da costa leste dos Estados Unidos), informando-os sobre seu status de emprego.

Fontes, que se pronunciaram sob a proteção do anonimato, afirmaram que Musk vai demitir metade dos funcionários da empresa. O Twitter tinha cerca de 7.500 funcionários antes da aquisição.

Musk avisa: “Se o seu emprego não for afetado, você receberá uma notificação por meio de seu e-mail do Twitter (…) Se o seu emprego for afetado, você receberá uma notificação com as próximas etapas por meio de seu e-mail pessoal”. Ele concluiu o e-mail reconhecendo que será “uma experiência incrivelmente desafiadora” para a força de trabalho.

Logo após a confirmação da compra da mídia social, numa reunião filmada e vazada propositadamente pelo próprio Musk, que “flopou” a rede, o controverso empresário “humilhou a executiva Vijaya Gadde, diretora do departamento de jurídico, política e confiabilidade — a mulher que baniu — ‘definitivamente’ do Twitter, a conta do ex-presidente republicano Donald Trump, que utilizava o microblog como sua principal plataforma de comunicação”.

O e-mail acrescentou que “para ajudar a garantir a segurança” dos funcionários e dos sistemas do Twitter, os escritórios da empresa “serão temporariamente fechados e todo o acesso por crachá será suspenso”.

Reação

A decisão de Elon Musk custará muito além dos 44 bilhões de dólares que o bilionário gastou para comprar a empresa. Funcionários se mobilizaram e estão ingressando com ação coletiva na Justiça, alegando que as demissões violam a lei trabalhista do país.

A ação coletiva movida na quinta alega que o Twitter está violando a Lei Federal de Notificação de Ajuste e Retreinamento do Trabalhador depois de demitir alguns funcionários. A legislação exige que um empregador com mais de 100 funcionários forneça um aviso prévio por escrito de 60 dias antes de uma demissão em massa “que afete 50 ou mais funcionários em um único local de trabalho”.

“Elon Musk deixou claro que acredita que cumprir as leis trabalhistas federais é ‘trivial’”, disse a advogada Shannon Liss-Riordan, que entrou com o processo. “Apresentamos esta queixa federal para garantir que o Twitter seja responsabilizado por nossas leis e para evitar que os funcionários do Twitter se desfaçam dos seus direitos sem saber”.

Na empreitada de demissões, Musk começou sua administração demitindo o CEO Parag Agrawal e dois outros executivos, de acordo com duas pessoas familiarizadas com a decisão.

Em menos de uma semana desde que adquiriu a empresa, seu C-suite – termo usado para descrever títulos executivos de alto escalão em uma organização, como diretor executivo e diretor de operações – parece ter sido quase totalmente eliminado, por meio de uma mistura de demissões e mais demissões. Musk também dissolveu o antigo conselho de administração do Twitter.

Fonte: Agências Internacionais
Por Val André Mutran – de Brasília

1 comentário em “Sexta-feira de demissões em massa no Twitter

  1. Pingback: Facebook faz a maior demissão da história das big techs e 11 mil recebem o bilhete azul - ZÉ DUDU

Deixe seu comentário

Posts relacionados