Deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) externaram na manhã desta quarta-feira (6) suas indignações sobre o empréstimo aprovado no último dia 30 de abril pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 2,3 bilhões para financiar a usina siderúrgica de Pecém, no estado do Ceará.
O anúncio sobre o empréstimo foi feito ontem na tribuna da Alepa pelo deputado Celso Sabino (PSDB), que em pronunciamento continuado hoje repudiou a atitude da mineradora Vale, que vai extrair o minério de ferro a ser utilizado no empreendimento da mina de Carajás, no sudeste do Pará.
“O empreendimento em Pecém, no Ceará, será de R$ 12,7 bilhões e só na primeira fase de implantação irá gerar 17 mil empregos. Recursos que poderiam estar gerando empregos para o povo do Pará, investidos na infraestrutura do nosso Estado. O minério é produzido no Pará, que fica com uma grande cratera, prejuízos ambientais e sociais após a extração, e agora vai beneficiar o estado do Ceará”, comentou o deputado.
A Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) é um consórcio de 50% da empresa mineradora Vale e outros 50% de duas empresas sul-coreanas Donkuk Steel (30%) e Posco Steel (20%).
Antes do final do pronunciamento, o deputado conclamou os demais parlamentares a tornar o assunto uma pauta na Casa e que não seja dado por vencido. “Não adianta apenas ficarmos inconformados. É preciso fazer alguma coisa”, completou Celso Sabino que solicitou a criação de uma sessão especial para debater o assunto.
Em aparte, o deputado Júnior Hage (PR) afirmou que a situação causa revolta em ver a riqueza do Pará saindo daqui para gerar divisas, empregos em outro estado da federação. “Porque não beneficiar aqui para usufruir dessa logística de exportação?”, questionou.
A Usina de Pecém será construída no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, e terá capacidade de produção de até três milhões de toneladas de placas de aço por ano, impulsionando o crescimento econômico do Ceará para um novo patamar de desenvolvimento, permitindo maior competitividade do Estado no Brasil e no Exterior. A instalação da siderúrgica também promoverá aumento da arrecadação de impostos e tributos que geram ampliação e melhoria nas ofertas de serviço público, como educação, transporte, saúde, saneamento básico, cultura e lazer. Estima-se que quando em funcionamento, a Companhia Siderúrgica de Pecém trará uma aumento de 48% no PIB industrial no Estado do Ceará, por isso a revolta do deputado paraense.
Infelizmente, o deputado estadual Sabino parece estar sozinho nessa luta, já que nenhum dos 17 deputados federais e 3 senadores do Pará, com exceção do senador Jader Barbalho, sequer comentaram a decisão do BNDES de emprestar recursos para a construção da Usina a milhares de quilômetros de onde será retirada a matéria prima, fato que certamente aumentará o custo de produção.
No Senado, Jader disse estar perplexo com a assinatura do contrato, e ressaltou que todos os estados precisam ter asseguradas condições mínimas de desenvolvimento, sobretudo o Pará, que forma a maior província mineral do país. O senador cobrou a conclusão de diversos empreendimentos no Pará, entre eles uma siderúrgica em Marabá, que teve seu projeto arquivado pela Vale, e o Pedral do Lourenço, que vai ampliar a navegabilidade no Rio Tocantins.
“Relações de troca tão desiguais não podem perdurar por mais tempo. O Pará não pode continuar sendo tratado impunemente como objeto de esbulho e espoliação, sob o risco de perpetuar sua situação de pobreza, ante as decisões socialmente perversas, tributariamente ilógicas e destituídas de qualquer racionalidade econômica”, protestou o senador.
4 comentários em “Siderúrgica de Pecém: Jader Barbalho e Celso Sabino dizem que Pará foi mais uma vez preterido”
Se pelo menos tivessem lutado para que o PEDRAL DO LOURENÇO FOSSE ELIMINADO DA CALHA DO RIO TOCANTINS, apertado o cerco ‘a DILMENTIRA, E O LULALOCO, QUE PROMETERAM MAS NÃO CUMPRIRAM, TALVEZ,ESTARÍAMOS HOJE COMEMORANDO A IMPLANTAÇÃO DA ALPA, A GERAÇÃO DE EMPREGOS DE QUALIDADE EM NOSSA REGIÃO, ALÉM DA NAVEGAÇÃO NO RIO TOCANTINS, COM O TRANSPORTE DE CARGAS DIVERSAS, NÃO ADIANTA CULPAR SO A VALE!!!
A classe politica paraense é muito incompetente e não é de hoje. O Maranhão recebeu o porto de Itaqui e o Pará ficou com a cava da exploração do ferro de Carajás.
Essa tal de sinderugica não era pra tá aqui na minha cidade so trás doenças
Deu a lógica,não é de hoje que o Pará não tem representante em Brasília,todos os paraenses que compõem o congresso são do “baixo clero”estão lá apenas para compor a sena,não tem nenhum protagonista,o mais famoso Sr. Jáder barbalho,não tem moral,seu curricullun tá mais para ficha corrida.