Por Eleutério Gomes – De Marabá
A luta dos professores da rede pública municipal de Marabá, contra a redução nos valores dos salários, não terminou com a aprovação do PCCR alterado pela Lei 014/2017, pela Câmara Municipal, em meio a sessão tumultuada. Na tarde desta quarta-feira (24) a direção da Subsede local do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) registrou Boletim de Ocorrência da 21ª Regional de Polícia Civil contra os atos de violência ocorridos ontem (23) no plenário do Legislativo.
“Segundo a própria polícia, não tem procedência legal a Presidência da Câmara ter chamado reforço policial. Muitos de nós saímos muito machucados e amanhecemos com dores pelo corpo. Um dos nossos colega foi espancado por um segurança e foi isso o que deu início à confusão”, afirma Joyce Cordeiro Rebelo, coordenadora- geral da Subsede, ouvida pelo blog. Ela acrescenta que representantes do Ministério Público Estadual assistiram vídeos dos momentos de tensão e chamaram a direção do sindicato para que também formalize queixa.
“O MP quer nos ouvir, pois não é admissível que se use gás pimenta em local fechado. O guarda municipal foi quem disparou o spray por duas vezes. Várias pessoas passaram mal, inclusive crianças que se encontravam com os pais na sessão. A professora Avanir Paulino ainda está internada no hospital, ela sofre de problemas respiratórios e teve de ser levada de ambulância”, lembra Joyce.
Ato público
Ma manhã desta quarta-feira, reunidos em ato público na Praça Duque de Caxias, Marabá Pioneira, centenas de professores protestaram a e, em assembleia, aprovaram os próximos passos da mobilização: amanhã, quinta-feira (25), por volta das 8h, realizam novo ato público em frente a um estabelecimento comercial cuja inauguração ocorre no mesmo horário na Nova Marabá.
Na sexta-feira (26), a mobilização ocorre nas escolas como preparação para que a greve geral dos professores da rede pública municipal seja deflagrada a partir de segunda-feira, por tempo indeterminado.
Durante o ato público de hoje, além das palavras de ordem e discursos veementes, os professores fizeram o enterro simbólico dos 17 vereadores que votaram pela aprovação do projeto; e também do prefeito Tião Miranda e, em seguida saíram e passeata pela Avenida Antônio Maia, principal via do Núcleo Pioneiro.
Na Justiça
Na Justiça, ainda de acordo com Joyce, o Sintepp vai entrar com pedido de Mandado de Segurança pedindo a irredutibilidade dos salários – como antecipou ontem o blog – e a anulação da votação que aprovou o Projeto de Lei 014/2017: “Conforme o Regimento Interno da Câmara, não existe dispensa de interstícios em votação projeto em que há substitutivos e emendas. Então o presidente infringiu o regimento quando dispensou o interstício”, conclui Joyce Rebelo.