Durante a abertura da Calourada 2019, na noite de ontem, quarta-feira (13), na Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), o Blog do Zé Dudu ouviu o professor-doutor Maurílio Monteiro, reitor da instituição, acerca dos destinos do ensino superior público no País. Segundo ventilado pelo novo governo do Brasil, existe a disposição de tornar pago o ensino das universidades federais assim como acabar com o sistema de cotas para afrodescendentes, indígenas, quilombolas e alunos de escolas públicas. Por enquanto são hipóteses, mas já foram citadas várias vezes pelo ministro da Educação Ricardo Velez Rodriguez.
Maurílio Monteiro, que é historiador, disse que a “História é dinâmica, é um carro alegre, cheio de gente contente” e que, evidentemente governos entram e saem e que cada governo tem uma visão distinta em relação ao papel da universidade pública.
“O conceito fundamental, entretanto, é que a sociedade brasileira, marcada por enormes desigualdades, é uma sociedade que e não aceita que os seus filhos não possam ter acesso a uma educação de qualidade e, ao perceber que as medidas podem, porventura, diminuir essa qualidade, vai se levantar”, afirma o reitor, acrescentando: “E a história é isso, é feita por pessoas”.
Maurílio acentua que a universidade pública conta muito com a defesa da sociedade e acredita que medidas que possam ser tomadas contra a instituição vão ser rechaçadas pela população: “Sobretudo pela população mais pobre, porque é aquela que tem a certeza de que não teria outra chance de formar um professor, um engenheiro, um geólogo, um veterinário, um zootecnista, todos com muita qualidade, se não fosse na universidade pública”.
“Então, nós temos uma convicção: a universidade pública é um patrimônio da sociedade brasileira e essa sociedade, em todos os momentos históricos tem se levantado para defendê-la na medida em que ela é atacada”, destaca o reitor.
Maurílio afirma ter a convicção de que a universidade pública brasileira vai continuar crescendo, vai continuar sendo apoiada pela sociedade, porque, em última instância, “quem conduz a História é a sociedade”.
Por Eleuterio Gomes – de Marabá