O Pará deve encerrar o ano com safra de cereais, leguminosas e oleaginosas recorde de 2,853 milhões de toneladas em commodities, 2,7% superior à do ano passado. A estimativa foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que acaba de divulgar o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), tomando por base o mês de outubro. No mesmo período do ano passado, a projeção para 2019 era de 2,778 milhões de toneladas.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou o prognóstico da safra do estado. Para traçar o cenário, são levados em conta fatores como área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social. Isso possibilita não apenas o acompanhamento de cada cultura investigada na pesquisa, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, mas também o prognóstico da safra do próximo ano, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Mesmo sendo o 2º maior estado brasileiro, com área de 1,248 milhão de quilômetros quadrados, o Pará é apenas o 13º maior produtor agrícola do país de commodities do grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas, como arroz, feijão e soja. Detendo 14,65% da superfície nacional, a maior economia da Região Norte contribuiu na safra com apenas 1,1% do volume da produção, menos até que os vizinhos Tocantins e Maranhão, ambos os quais empatados com 2,1% de participação.
Ainda assim, a presença do Pará está se ampliando. Este ano, a perspectiva de colheita de arroz é de 105,3 mil toneladas, 11,2% acima das 94,7 mil toneladas previstas em outubro do ano passado. A soja, principal produto agrícola da cesta do estado em nível de exportação, deve render 1,861 milhão de toneladas este ano frente a 1,781 milhão estimados ano passado. Concentrada nas regiões de Paragominas, Redenção e Santarém, a soja caminha a passos largos para garantir que o Pará entre na cena nacional como um dos principais produtores nacionais na próxima década.
Produção de cacau dispara 10%
Fora da gama de cereais, leguminosas e oleaginosas, as frutas paraenses fazem sucesso. A colheita de cacau, por exemplo, promete ser 10% maior, já que o prognóstico é de que sejam colhidos 142,3 mil toneladas ante 129,3 mil revisados no ano passado. Hoje, o Pará é, com folga, o maior produtor cacaueiro do país e tem seis dos dez municípios que mais produzem a commodity, insumo básico para a produção de chocolate.
Outro destaque é a produção de banana, que tem expectativa de 401,7 mil toneladas ante a previsão em outubro do ano passado de 382,9 mil toneladas para 2019. Na ponta do lápis, a projeção envolvendo banana subiu para 4,9%. Por outro lado, a laranja parece decepcionar, com perspectiva de queda de 3,1%: são 240 mil toneladas este ano frente a 247,8 mil no ano passado.
Porém, a maior redução deve ser sentida na colheita de mandioca, um dos produtos de maior importância da cesta paraense. O estado deve encerrar 2020 com 3,818 milhões de toneladas, bem menos que os 3,92 milhões de toneladas, uma perda de 2,6%. O Pará, ainda assim, segue sendo o maior produtor nacional de mandioca.