Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) liberou dados de sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para níveis geográficos que não sejam Brasil, regiões, estados, regiões metropolitanas e municípios das capitais.
Nesta quarta-feira (4), por ocasião do lançamento da plataforma interativa da Pnad, o instituto soltou microdados
com novos recortes regionais sobre mercado de trabalho, população, educação e acesso a TV, internet e celular. Os dados para as novas localidades ainda são experimentais.
O Blog do Zé Dudu testou a plataforma lançada pelo IBGE e descobriu estatísticas inéditas do Pará, que geralmente só são vistas como resultados censitários, ou seja, com longa distância entre um período e outro, que pode passar de dez anos.
Ainda não há detalhamento para municípios como Marabá e Parauapebas, mas a Mesorregião Sudeste Paraense entrou na rodada, que tradicionalmente só trazia informações sobre Belém e o Pará como um todo.
Pelo recorte, o Pará encerrou 2019 com 87 mil pessoas desocupadas e taxa de desocupação de 10,7%. Apesar dos dados estarem relativamente “velhos” para 2022, eles ainda trazem consigo informações valiosas. Por exemplo, no período de 2012 a 2019, o sudeste do Pará enfrentou pico de desemprego no primeiro trimestre de 2018, com 134 mil desocupados, e experimentou seu melhor momento no final de 2013, com apenas 47 mil sem ocupação. O IBGE promete ir atualizando os dados a partir de pareamento para garantir a precisão das estatísticas.
TV x Celular e internet
Em 2019, 509 mil lares do sudeste do Pará tinham celular, número pela primeira vez maior que o de casas com televisão, no total de 492 mil. Queridinha dos brasileiros nos anos de 1980 e 1990, a TV começou a perder espaço com o crescimento — inimaginável até o começo dos anos 2000 — do celular com internet. Aliás, em se tratando de conexão à rede mundial de computadores, 441 mil residências do sudeste do estado a possuíam no final de 2019.
Em muitos lares, mesmo os carentes, hoje a internet disputa espaço com o arroz e o feijão na lista de consumo e, para muitos, já é considerado “de primeira necessidade”. Não é difícil encontrar atualmente quem assuma que não consiga mais viver sem dar cliques ou que diga ter o celular praticamente como uma extensão do corpo. É o Sudeste Paraense de cabeça na era da tecnologia.
1 comentário em “Sudeste do Pará tinha 87 mil desempregados em 2019, mostram dados inéditos da Pnad”
Fala-se muito deste site nos corredores da UNIFESSPA nos cursos de Economia e Contabilidade, e dos estudos que ele evoca mas confesso ainda não tinha tirado tempo para acessá-lo. Mas realmente: ele é diferente. Tem conteúdo e as análises são precisas, algo que não vemos nos grandes veículos tradicionais principalmente os velhos conhecidos por trazer um monte de “especialistas” que muitas vezes em nada acrescentam e só confundem o público. O conteúdo deste site é muito bom e essa pesquisa pegou a todos de surpresa porque a Pnad não tem realmente este grau de detalhamento. Parabéns o site e por mais conteúdos assim!!! Professor Edilson Bispo