Foi uma das maiores reduções registradas em todo o País.
O número de filhos por mulher caiu 31,25% nos últimos 14 anos no Pará, passando de 3,2 filhos por mulher para 2,2, entre 2000 e 2013. Foi uma das maiores reduções dentre as 27 Unidades Federativas, superando em cinco pontos percentuais a marca nacional, que apontou queda de 26% no mesmo período (passou de 2,39 filhos por mulher para 1,77). Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem e baseada em cruzamentos de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013.
De acordo com a pesquisa, as mulheres paraenses, que hoje representam 49,8% da população do Estado, passaram a viver mais ao longo desses 14 anos. A expectativa delas ao nascer, saltou de 72,3 anos para 75,5, um incremento de 4,42% no tempo de vida. O avanço é bem superior ao percentual masculino (2,8%), que em 2013, registrou 67,9 anos. No geral, a média da esperança de vida dos habitantes do Pará é de 71,5 anos – 2,46% superior ao apontado em 2000: 69,1 anos.
A queda na taxa de fecundidade coincide com o aumento do percentual de mulheres sem filhos em toda a região Norte. Essa análise, exclusiva das grandes regiões, constatou que, em 2013, 35,5% das mulheres nortistas de 15 a 49 anos não tinham filho, sendo maior esse percentual entre as mulheres brancas (39,4%) do que entre as pretas ou pardas (34,4%). Nove anos antes, essa proporção era quase seis pontos percentuais mais baixa. Entre as mulheres de 25 a 29 anos da região, no mesmo ano, 30,8% não tinham filho, um aumento de 24% em relação à taxa de fecundidade de mulheres da mesma faixa etária em 2004.
Entre as jovens de 15 a 19 anos da região Norte, verificou-se que 84,5% não tinham filho em 2013; já no grupo formado pelas mulheres de 45 a 49 anos, 11,6% permaneciam sem filhos. O estudo ainda constata que as mulheres mais escolarizadas são as que têm menos filhos nos estados nortistas. Chega a 40,8% o percentual de mulheres com mais de oito anos de estudo que não são mães, enquanto no grupo das que estudaram menos de sete, essa proporção é de 24%.
Ocupação
Em 2013, a proporção dos jovens paraenses de 15 a 29 anos que só estudavam foi de 25%. O percentual daqueles que trabalhavam e estudavam foi de 12,1% e aqueles que só trabalhavam foi de 40%. Nesse ano, praticamente um em cada cinco jovens nessa faixa etária não frequentava a escola nem trabalhava. No grupo de 15 a 17 anos, esta proporção foi de 8,6%, entre aqueles com 18 a 24 anos, chegou a 28,5%, e para aqueles com 25 a 29 anos, 25%. Considerando apenas a Região Metropolitana de Belém (RMB), a margem de jovens que não estudam e nem trabalham (geração Nem Nem), chega a 27,3%, sendo o maior parcela entre os que possuem entre 18 e 24 anos: 32,1%.
Para as mulheres que só estudavam, 7,1% tinham ao menos um filho. Entre aquelas que trabalhavam e estudavam, essa proporção foi de 14,4%. Já entre as que somente trabalhavam, esse indicador se eleva a 44,0%, enquanto para aquelas que não trabalhavam nem estudavam, 57,1% tinham ao menos um filho nascido vivo. Grande parte (44,8%) dos jovens que não trabalhavam nem estudavam vivia em domicílio cujo rendimento mensal domiciliar por pessoa não ultrapassava meio salário mínimo.
Sem filhos
De 2004 a 2013, entre os principais tipos de arranjos familiares encontrados pela PNAD no Pará, houve redução de 9,9% na proporção dos casais com filhos (de 53,2% para 47,9%), enquanto a proporção de casais sem filhos cresceu 52,6% (de 11,4% para 17,4%). Na Região Metropolitana de Belém, o aumento dessas famílias sem filhos foi ainda maior. Passou de 11% para 17,1% em nove anos (55,45% de aumento) em detrimento do número de casais com filhos: de 49,2% para 43,2% (12,2% de redução).
Essas mudanças também podem ser notadas através do crescimento de 86,4% na proporção de arranjos unipessoais, ou seja, pessoas que moram sozinhas. De 5,9% em 2004, passou para 11% em 2013. Na RMB, no mesmo período, essa oscilação foi de 6,4% para 9,5%. Desses arranjos unipessoais em 2013, a maioria era composta por pessoas do sexo masculino (65,6% no Pará e 52,3% na RMB) e com idade acima dos 50 anos (50,6% no Pará e 48,6% na RMB).
Educação
Ainda de acordo com a análise do IBGE, com base nos números da Pnad 2013, a escolaridade média da população paraense de 25 anos ou mais aumentou entre 2004 e 2013, passando de 5,4 para 6,7 anos de estudo – incremento de 24%, acima da média nacional, que foi de 20% (de 6,4 para 7,7 anos). Na RMB essa expansão foi de 16%, chegando em 2013 a 8,7 anos.
Fonte: ORMNews