A Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual do Pará (MPPA), em Marabá, convocou representantes de vários órgãos públicos para discutir medidas para frear o número de queimadas em Marabá e, ainda, dar uma resposta mais rápida aos casos que ocorrerem, multando se necessário, os responsáveis.
Nas últimas semanas, vários focos de queimadas já foram identificados na cidade, seja para limpeza de propriedade ou para se livrar de entulhos. A promotora Josélia Leontina de Barros Lopes conduziu a reunião e ouviu dos representantes do Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), da Defesa Civil, da Polícia Rodoviária Federal, do Corpo de Bombeiros, da Guarda Municipal e do Departamento de Postura o que cada um pode fazer para ajudar no combate às queimadas.
A promotora Josélia lembrou que as queimadas provocam muitas consequências negativas para a população, desde problemas respiratórios a fechamento de aeroporto, riscos à saúde animal e até prejuízos à rede de energia elétrica.
“Aqui, em Marabá, é cultural as pessoas colocarem fogo em folhas que caem do quintal e isso provoca um incêndio de dimensões imensas. Uma fagulha que sai de um pequeno fogo no fundo do quintal pode causar um grande incêndio e prejudicar milhares de animais ou centenas de famílias. Toma uma proporção enorme assim que foge do controle”, afirmou a promotora de Justiça.
De acordo com dados da Defesa Civil de Marabá, em 2022, foram atendidas 198 ocorrências no período de estiagem. Quase 50% delas estavam relacionadas a queimadas de lixo em quintais e lotes.
O major Wagner Pereira, do Corpo de Bombeiros, ressalta que provocar queimada durante a estiagem amazônica é crime. Mas que, fora desse período, é possível, desde que solicitada para os órgãos oficiais.
“Nós orientamos os praticantes desse ato que se programem para que façam antes da proibição e se forem fazer, que comuniquem os órgãos responsáveis, como os Bombeiros e a Defesa Civil, para que possamos acompanhar e ter, de fato, uma queimada controlada. E no período de estiagem, quando é proibido, que não façam essa atividade, uma vez que podem perder o controle e ocasionar um grande incêndio florestal e até mesmo correr o risco de alguém perder a vida”, adverte o militar.
Segundo o diretor da Defesa Civil de Marabá, Marcos Andrade, cada instituição envolvida desempenha um papel diferente nas ações. “Por exemplo, o Corpo de Bombeiros é a primeira frente no combate ao fogo; a gente, da Defesa Civil, é a retaguarda junto deles. A Semma, além de fiscalizar, tem o poder de multar. O Exército faz o treinamento dos profissionais e tem material bélico para fornecer, caso seja necessário, e assim por diante”, explicou.