“Foi apenas mais uma tentativa. Mas, isso é bom que os próprios presos vão me dando sinal de onde está a fragilidade (na carceragem) e assim vou fechando tudo”. Foi o que disse Murilo Sousa, diretor da carceragem em Parauapebas, na manhã de hoje (15), quando, por telefone, concedeu entrevista à equipe de reportagem do Blog do Zé Dudu e lembrou que, nos últimos anos, foram várias as tentativas de fugas naquela casa penal.
A tentativa desta terça-feira aconteceu por volta das 2 horas na cela onde estão 15 detentos, presos pelos crimes previstos nos artigos 157 (assalto) e 33 (tráfico de entorpecentes). De acordo com Murilo, o caso já foi comunicado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, e os mentores já foram identificados. Eles foram separados de celas e, em breve, deverão ser transferidos para outros presídios.
Murilo Sousa atribuiu o êxito nas frustrações das fugas à equipe de agentes e às modificações feitas na carceragem, atualmente com 9 celas, várias delas com chapa de aço de 30 centímetros de puro concreto e que podem ser consideradas de segurança máxima. Isso tem evitado, segundo Murilo, as fugas que antes eram realizadas com facilidade. Entre as alegações dos presos, a superlotação.
Com as dificuldades que têm encontrado para fugir, Murilo diz que muitos presos, por meio de seus advogados, têm pedido transferência para o presídio Mariano Antunes. Mas o diretor da carceragem observa que as presenças das facções criminosas PCC – Primeiro Comando da Capital e CV – Comando Vermelho já são realidade dentro das prisões em praticamente todo o país, o que tem sido alvo de preocupação da direção da carceragem em Parauapebas, que tem mantido o cuidado de separar os grupos para evitar os confrontos e reforçar a vigilância para inibir as tentativas de fuga.
Murilo Sousa conta que o reforço nas celas bem como a ampliação da carceragem se deu com o apoio da comunidade e da mineradora Vale, ambas atendendo suas reivindicações e possibilitando as execuções de seus projetos para melhoria na segurança. “Ao mesmo tempo em que nos preocupamos em manter os detentos presos, também investimos em melhorias internas para que eles tenham o mínimo de conforto que lhes é devido, além de investir em qualificação dos mesmos para que assim, ao fim do cumprimento de suas penas ou com a cessão de penas alternativas, possam ter condições de viver fora da vida criminosa”, diz Murilo Sousa.