Ulisses Pompeu – de Marabá
Os números de casos de malária em Marabá reduziram 98,3% na última década, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), repassados nesta segunda-feira, dia 16, ao blog. No ano de 2007, foram registrados 1.477 casos positivos de malária, sendo que em 2016, o número de casos confirmados foi de apenas 24 pessoas infectadas pelo mosquito transmissor, o Anopheles.
Na série histórica, em 2008 Marabá registrou 1.203 casos; 1.236 em 2009; 1.386 em 2010; 734 em 2011; 266 em 2012; 37 em 2013; 35 em 2014; 22 em 2015; e 24 em 2016.
Já Parauapebas diminuiu o número de casos de malária em 69% em dez anos. O município registrou 269 pessoas com a doença em 2007 e em 2016 foram contabilizados 34 positivos.
Os números de Canaã dos Carajás também apontam para redução dos casos da doença nos últimos dez anos. Em 2007 foram diagnosticadas 12 pessoas com a doença. Uma década depois, em 2016, o número dos que contraíram caiu para cinco, ou seja, a redução foi da ordem de 41%. O município chegou a registrar apenas um caso nos anos de 2013 e 2014, mas depois voltou a subir.
Em Eldorado do Carajás, a série histórica mostra que também houve redução. Neste caso, ela foi de 92%. No ano de 2007 os casos de malária no município chegavam a 75 e em 2016 despencaram para seis.
Segundo a enfermeira Ana Raquel Santos Miranda, coordenadora da Vigilância em Saúde da Regional da Sespa em Marabá, dos 24 casos positivos de 2016, um total de 16 foram “importados” de outros municípios. Ou seja, as pessoas foram picadas pelo mosquito em outros municípios e vieram para Marabá, onde foram diagnosticadas e iniciaram o tratamento.
A enfermeira explica que a malária é uma doença predominantemente rural e que a urbanização ajuda reduzir o número de casos. Além disso, a acessibilidade ao diagnóstico e tratamento precoce contribuíram, ao longo da última década, para que a situação fosse controlada.
Outras ferramentas importantes foram o abastecimento regular de medicamentos antimaláricos pelo Ministério da Saúde, de modo a garantir o tratamento precoce, estes considerados principais meios de controle, pois a pessoa infectada deixa de ser fonte de infecção e, então, quebra a cadeia de transmissão; a borrifação, que tem como alvo o mosquito, é usada em casos especiais, devido ao risco de contaminação das pessoas e meio ambiente.
Os sintomas mais comuns da malária são dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. Ela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Apresenta cura se for tratada em tempo oportuno e adequadamente. O seu tratamento é simples, eficaz e gratuito. A malária pode evoluir para forma grave e até para óbito.
A maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica (Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins), área endêmica para a doença.
O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) trabalham juntos para aperfeiçoar políticas públicas em vigilância em saúde, prevenção e controle da malária no Brasil. Na última década, quatro países foram certificados pela OMS, como livres de malária e o objetivo principal da nova estratégia global pós-2015 é de eliminar a doença de 35 países até 2030. O Brasil está nessa conta.