A cidade de Parauapebas, sudeste do Pará, teve um representante nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O judoca Thiego Marques subiu no tatame na Arena Campo de Marte, nesta quinta-feira (5), pela categoria até 60kg da classe J2, que são atletas com baixa visão.
Pela parte da manhã, o atleta disputou duas lutas, uma pelas quartas de final, quando perdeu para o sul-coreano Lee Minjae, por ippon, e na repescagem saiu vitorioso diante do espanhol Luis Daniel Gavilan, derrotando o adversário também ganhou por ippon, pontuação máxima que pode ser obtida por um judoca, sendo o principal objetivo da modalidade.
Após as duas lutas, Thiego Marques, que é o quarto colocado no ranking mundial, foi credenciado para disputar pela parte da tarde, a medalha de bronze contra o argelino Ishak Ouldkouideri, o número seis do mundo, e acabou derrotado por ippon e ficou sem medalha. Essa foi a segunda participação do judoca de Parauapebas no maior evento do paradesporto mundial, onde terminou em quinto lugar.
“A gente vê a importância e a evolução do Thiego neste ciclo. Das Paralimpíadas de Tóquio pra cá, teve uma evolução e crescimento muito grande. A gente sabe que nas Paralimpíadas só chegam os melhores, só a elite. O esporte de rendimento ele não é de inclusão, ele é de exclusão. Então, exclui quem realmente não pode e só vai a elite, e na hora do pódio, exclui quem realmente é bom, é o melhor, mas que não foi o suficiente para chegar ali. Parece um pouco cruel, mas essa é a realidade”, disse Antônio Sérgio, técnico de Thiego.
O atleta, de 25 anos, foi descoberto em Parauapebas no projeto Judô Solidário, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), tendo à frente o professor Antônio Sérgio. O judoca tem baixa visão por conta do albinismo e pratica o esporte desde 2011, quando tinha 12 anos de idade. Hoje, Thiego Marques é atleta da Sociedade Esportiva Palmeiras.
“A gente sempre fez essa projeção. O Thiego não é para agora, para duas Paralimpíadas. Chega para a terceira Paralimpíadas. O ciclo de Los Angeles já começou ali, quando ele ficou em quinto lugar, e ele sabe que o trabalho vai ser árduo, vai ser grande. O Thiego hoje consegue meter um certo temor nos adversários dele. Então, agora é trabalhar e trabalhar. Esporte de rendimento é isso. Ele nunca é pra sempre. O próprio atleta, depois que ele ganha a medalha de ouro, não demora muito ele é esquecido e começa outro ciclo e outra cobrança para que ela ganhe novamente outra medalha de ouro”, afirma Sérgio.
Por Fábio Relvas / Foto: Wander Roberto (CPB)