em alusão às manifestações de 1886 ocorridas em Chicago, nos Estados Unidos, quando milhares de operários foram às ruas protestar contra a jornada exaustiva diária, que podia chegar até 17 horas. Eles, que lutavam por 8 horas e melhores condições laborais, pararam o país em greve geral. No Brasil, em 1º de maio de 1943, foi criada e sancionada a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, que muitos cidadãos conhecem bem.
O Blog do Zé Dudu verificou nos números do Ministério da Economia que há atualmente 46,63 milhões de trabalhadores formais no país, sendo 1,09 milhão deles no Pará, com predomínio nos municípios de Belém (409,3 mil), Ananindeua (65,3 mil), Marabá (46,8 mil), Parauapebas (43,7 mil) e Santarém (42,5 mil).
Mas a parte interessante dos números, e que só pode ser percebida cruzando os dados do Ministério da Economia com os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é saber que três municípios paraenses estão no topo nacional da produção média de riquezas por trabalhador. Na divisão do número de mão de obra formal pelo Produto Interno Bruto (PIB), o Pará inclusive emplaca um representante entre os 10 mais produtivos, num universo de 5.570 municípios.
E não, não é Parauapebas nem Canaã dos Carajás, famosos por se destacarem em rankings econômicos, já que são carregados na esteira do minério de ferro lavrado na Serra Norte de Carajás pela multinacional Vale.
Vitória
O município paraense e 6º do Brasil onde o trabalhador mais produz riquezas é Vitória do Xingu, um pedaço de chão encravado no coração do estado que hoje ganha muito dinheiro à sombra das turbinas da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e onde cada um dos 2.800 empregados formais gera em média R$ 1,1 milhão por ano, conformando um PIB total de R$ 3,09 bilhões. Desde que teve suas terras inundadas no meio da década para formação do reservatório da hidrelétrica, Vitória do Xingu vive um turbilhão de emoções, das melhores possíveis, faturando alto com taxas, impostos e royalties decorrentes do maior empreendimento público brasileiro dos anos 2010.
Quando a lista é arrastada para os 50 lugares do país com trabalhadores mais produtivos, outros dois nomes paraenses entram em cena: Tucuruí e Medicilândia, respectivamente 46º e 49º no ranking. Tucuruí, com uma praça de 12 mil trabalhadores formais, produz riquezas estimadas em R$ 6,46 bilhões, o que confere uma média de produção de R$ 538,7 mil por trabalhador.
Assim como Vitória do Xingu, Tucuruí vive às expensas de hidrelétrica, que, aliás, tem seu nome. Uma robusta fatia de seu PIB sai das águas do caudaloso Rio Tocantins, que produz energia elétrica exportada a várias regiões do país. A prefeitura local também sobrevive do motor das turbinas, já que a arrecadação local é centrada nas benesses da produção de energia, além das transferências constitucionais.
Já Medicilândia é um ponto fora da curva da maioria dos municípios megaprodutivos. Ele é destaque por ser o maior produtor nacional de cacau, que contribui para a construção anual de um Produto Interno Bruto avaliado em R$ 580,8 milhões, valor que, distribuído entre a mão de obra local de 1.200 trabalhadores formais, gera produtividade de cerca de R$ 513,5 mil por empregado.
Parauapebas, com produção de R$ 429,2 mil por trabalhador, e Canaã dos Carajás, com R$ 359,4 mil, aparecem em 86º e 145º lugares. Confira os números inéditos elaborados com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
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