Centenas de trabalhadores do Consórcio Multiserv, que presta serviço para a mineradora Vale, interditaram no início do dia de ontem (16) a portaria de acesso a Carajás, em Parauapebas, provocando grandes filas de veículos, em grande parte formada por ônibus que transportam operários prestadores de serviço nas minas de Carajás. A ação logo foi responsável pela formação de engarrafamento de carros no Centro de Parauapebas, com foco nas ruas E e F e Rodovia PA 275.
Esta não é a primeira vez que operários interditam a portaria de acesso a Carajás, reivindicando melhorias trabalhistas e provocando transtornos para quem quer subir ou descer a serra, e aborrecimentos a quem mora na cidade e precisa se deslocar para outros bairros.
No dia 2 de março deste ano, trabalhadores do Consórcio Camter Paranasa, que presta serviço para a mineradora Vale, realizaram, no período das 6 às 9 horas, manifestação e interditaram a portaria que dá acesso à Serra de Carajás, para protestar contra a falta de pagamento do salário e de horas extras.
Em 4 de junho, operários que trabalham na empresa Consórcio Nova Usina fizeram protesto semelhante, exigindo melhorias no plano de saúde e na cesta básica, aumento de hora in itineres (percurso em que os operários ficam em ônibus entre a residência e o local de trabalho, em Carajás), melhores condições de trabalho, reajuste no salário base da categoria, entre outros itens.
Vinte dias depois, portanto, dia 14/06/12, a interdição da portaria de acesso a Carajás foi liderada por trabalhadores da empresa UTC Engenharia, que exigiam dos patrões a mesma pauta apresentada pelos funcionários do Consórcio Nova Usina.
Na interdição desta sexta-feira, das 6 às 10h40 da manhã, de acordo com a trabalhadora Ildene dos Anjos Almeida, os operários exigiam reajuste de R$ 115,00 para R$ 300,00 de cesta básica, plano de saúde integral para os dependentes dos trabalhadores e pagamento das horas in itineres.
O trabalhador Leones Paz Cravo acrescenta que a categoria está reivindicando, também, reajuste do salário-base dos atuais R$ 659,00 para R$ 1.000,00, entre outras vantagens sociais.
Um batalhão da Polícia Militar, sob o comando do capitão Aquino, foi chamado ao local para convencer aos trabalhadores a desobstruírem o bloqueio e liberar o tráfego dos veículos nos dois sentidos.
Enquanto os trabalhadores ouviam o oficial da PM, representantes do Consórcio Multserv e do sindicato da categoria, numa sala a portas fechadas, prometeram atender parte da reivindicação, a partir desta segunda-feira (19), mas os manifestantes teriam que liberar o tráfego e seguirem para seus postos de serviço. Mesmo desconfiando da promessa, a proposta foi aceita pelos trabalhadores.
1 comentário em “Trabalhadores interditam portaria de acesso a Carajás”
Tá virando moda, alguém precisar tomar uma atitudo logo contra essas pessoas que estão privando os moradores de Parauapebas e Carajas do direito de ir e vir.