O tráfego de caminhões na BR-163, no trecho que liga o Pará ao Mato Grosso foi normalizado no início da noite do domingo (5), informou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Nos últimos dias, a chuva provocou atoleiros ao longo de um trecho que não é pavimentado, localizado entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol, no sudoeste do Pará.
Segundo o Dnit, todas as carretas já foram liberadas para seguir viagem após receberem apoio de equipes do Exército, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de servidores do órgão, que foram enviados ao local para ajudar na liberação do trânsito.
Em fevereiro, a fila chegou a ultrapassar 3 mil caminhões em um longo trecho da rodovia. Com isso, o setor exportador de soja teve até agora prejuízos de R$ 350 milhões, segundo a Abiove (Associação de Exportadores e Indústrias (Abiove).
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que somente as multas relativas aos 11 navios contratados que chegaram a esperar pela soja, mas que ficaram sem a carga, custaram cerca de US$ 6 milhões a empresas do setor.
Quem ficou parado
De acordo com o Dnit, a Defesa Civil local disponibilizou 3 mil cestas de alimentos e mais 3 mil galões de água para as pessoas que não conseguiram seguir viagem e ficaram retidas na estrada.
A BR-163, conhecida como Rodovia Cuiabá-Santarém, é a principal ligação entre a maior região produtora de grãos do país, em Mato Grosso, e os portos da Região Norte, principalmente em Miritituba e Santarém, no Pará.
Economia
Cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que a conclusão do asfaltamento da BR-163 renderia uma economia de R$ 1,4 bilhão ao ano ao país. A rodovia começou a ser construída em 1973.
As viagens de navio entre o Brasil e a Europa poderiam ser encurtadas em três a cinco dias, se as embarcações partirem dos portos do Norte do País e não dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), segundo aponta o estudo da CNI “BR-163: quebra de paradigma no Transporte do comércio exterior”. A conclusão do asfaltamento é fundamental para a viabilização dessa rota, como mostra o congestionamento de caminhões que se formou na rodovia nos últimos dias.
“Se as obras estivessem prontas, a economia para o Brasil seria enorme em razão da maior proximidade dos portos do Pará com os Estados Unidos, a Europa e a Ásia, importantes destinos de produtos agroindustriais brasileiros”, diz o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, em nota divulgada pela entidade. “A conclusão das obras é urgente e colaborará para a retomada da competitividade do produto brasileiro.”
Além de permitir um uso mais intensivo dos portos do Norte, a conclusão da obra desafogaria os portos do Sul. Além disso, seria facilitado o trânsito de produtos da Zona Franca de Manaus para os mercados consumidores brasileiros, conclui a CNI.