Tragédia da Ponte: Marinha decide estender operações de busca dos últimos desaparecidos

Há ainda três vítimas que não foram encontradas. Nesta quinta (9), novos mergulhos serão realizados em áreas ainda não exploradas, no sentido da correnteza do rio

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A Marinha decidiu estender as operações de busca e resgate às três vítimas que seguem desaparecidas, após a queda da ponte JK, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA). Ao todo, 14 pessoas morreram.

A decisão foi tomada após o Consórcio Estreito Energia (Ceste) ter comunicado que poderia conter a vazão das águas da usina hidrelétrica de Estreito por mais alguns dias, o que viabiliza janelas de mergulho.

Antes, a Marinha havia informado que as operações de resgate poderiam ser encerradas, caso não houvessem novos indícios que levem à localização dos últimos desaparecidos. Nesse caso, os trabalhos só seriam retomados “caso surjam novas informações concretas que contribuam para a localização das vítimas”.

Desde o início das operações, a Força-Tarefa concentrou esforços nas áreas com maior probabilidade de localização das vítimas, especialmente nas proximidades dos veículos e escombros. Nesta quinta-feira (9), novos mergulhos serão realizados em áreas ainda não exploradas, no sentido da correnteza do rio Tocantins.

Perfil dos desaparecidos

Das 17 vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins, 14 já foram localizadas e identificadas. Porém, três pessoas seguem desaparecidas.

Os desaparecidos são Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos que são, respectivamente, avô e neto. Além deles, o maranhense Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos também está entre os desaparecidos.

A correnteza do rio Tocantins também gera dificuldade para o resgate dos corpos das vítimas que ainda não foram encontradas.

A suspeita é que abertura das comporta da hidrelétrica de Estreito deve ter contribuído para arrastar os corpos e materiais para mais longe do local da queda da ponte. A abertura das comportas foi necessária porque chove na região e a água represada tinha chegado no limite.

Retirada de tanques com agrotóxicos e ácido

Nessa terça-feira (7), foram retiradas 10 bombonas de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins, após o desabamento da ponte. A quantidade corresponde a 20 litros de defensivo agrícola. No total, no caminhão que transportava a carga, havia 20 mil litros do produto.

A retirada das 10 bombonas foi realizada por mergulhadores contratados pela empresa Sumitomo, responsável pela carga. O tempo de retirada da carga depende, principalmente, da situação climática.

Segundo o Ibama, as bombonas continham três tipos de agrotóxicos caíram no rio. São eles:

Carnadine (agrotóxico – ingrediente ativo: acetamiprido): usado no controle de diversos tipos pragas nas plantações;

PIQUE 240SL (agrotóxico – ingrediente ativo: picloram): recomendado para o controle de plantas infestantes; e

Tractor (agrotóxico – ingrediente ativo: picloram + 2,4-D trietanolamina): usado no controle de plantas daninhas em áreas de pastagens.

Há ainda tanques com ácido sulfúrico no leito do rio Tocantins, que inclusive apresentaram um pequeno vazamento. Não há a confirmação exata do quanto vazou, porém o volume derramado não gera grandes preocupações.

De acordo com o Ibama, 63 mil litros de ácido sulfúrico que caíram no rio. Deste volume, teriam vazado cerca de 23 mil litros. O ácido é substância não inflamável, mas tem alto poder corrosivo, além de ser oxidante.

Os corpos resgatados

Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, era natural de Estreito (MA) mas morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo dela foi localizado no domingo (22);

Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. O corpo dela foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e que caiu no rio Tocantins;

Kécio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. O corpo dele foi localizado na terça-feira (24). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;

Andreia Maria de Souza, de 45 anos. O corpo foi encontrado na terça-feira (24). Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;

Anísio Padilha Soares, de 43 anos. O corpo dele foi localizado na quarta-feira (25);

Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. O corpo dela foi localizado na quarta-feira (25);

Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado por mergulhadores na manhã da quinta-feira (26). Ela estava em uma caminhonete, junto com o marido, o vereador Alison Gomes Carneiro (PSD);

Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. O corpo dela foi localizado também na quinta (26);

Alison Gomes Carneiro, de 57 anos. O vereador do PSD teve o corpo localizado na manhã de domingo (29). Ele estava na caminhonete com a esposa, Elisangela Santos, que também morreu na tragédia.

Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31) e estava dentro de um veículo. Ela viajava com a filha, Cecília de três anos e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas ele sobreviveu a tragédia.

Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31). A menina viajava com a mãe, Cássia e com o pai, Jairo Silva Rodrigues.

Beroaldo dos Santos, de 56 anos. Ele foi retirado da água no fim da manhã de quarta-feira (1º), segundo a Marinha. O corpo dele havia sido localizado no domingo (29), dentro da água, na cabine da carreta que transportava as 76 toneladas de ácido sulfúrico.

Na manhã de sexta-feira (3), um corpo foi encontrado no rio Tocantins. Era o mototaxista Marçonglei Ferreira, de 43 anos, que trabalhava na região.

Alessandra do Socorro Ribeiro, de 40 anos, natural de Palmas, no Tocantins. A identificação foi realizada em São Luís por meio de exame de DNA, realizado pelo Instituto de Análise Forense (IGF).

(Fontes G1/MA e TV Mirante)

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