A travesti identificada apenas como João Vítor (identidade social não informada) foi assassinada a tiros por volta das 2h da madrugada deste domingo (11), na Rua Rio Branco, nas proximidades da Avenida Presidente Kennedy, no Bairro Beira Rio 1, em Parauapebas. Outra travesti, identificada como Vitória sofreu um tiro em uma das pernas, foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e não corre perigo de morte.
A Polícia Militar foi comunicada e, ao chegar ao local, foi informada por Vitória de que o atirador estava em uma caminhonete preta, cujas características nem as placas conseguiu identificar, pela rapidez com que tudo aconteceu. No local do crime, os policiais recolheram cartuchos de pistola 9 milímetros e um coldre.
Na cena do crime, especulava-se que a execução de João Vítor e o baleamento de Vitória, pode ter sido motivado por vingança ou por homofobia. Em 28 de abril de 2021, outra travesti, Joás Sena Cardoso, 20 anos, foi executada na mesma área, tida como ponto de prostituição.
Tetra tétrico: Brasil lidera pelo 4º ano seguido assassinatos de pessoas LGBTQIA+
O Brasil, pelo quarto ano consecutivo, é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+. É o que mostra o novo relatório produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, lançado em maio último. O documento contou com a parceria de várias organizações sociais no processo de elaboração dos dados apresentados. Entre elas, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a Acontece Arte e Política LGBTI+ e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Entre os dados apresentados, o relatório chama atenção para aumento considerável de casos de violência ou assassinato no ano passado na comparação com 2020, quando 237 mortes foram registradas. Em 2021, 316 pessoas LGBTQIA+ foram vítimas da LGBTfobia.
Para Alexandre Bogas, diretor executivo da Acontece Arte e Política LGBTI+ e um dos três coordenadores do Observatório, essa diferença, em relação ao número de mortes entre os anos de 2020 e 2021, tem relação com o período mais crítico da pandemia.
(Caetano Silva, com informações da Rede Brasil Atual)
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