O governo, através do Ministério da Justiça, mapeou e relacionou os 60 trechos de estradas federais onde mais ocorrem acidentes no País como ponto de partida para a Operação RodoVida, nome do plano integrado de combate à violência no trânsito lançado no início da semana.
Até o dia a 27 de fevereiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), policias estaduais e agências de trânsito farão blitz simultâneas nas proximidades desses pontos críticos, em horários variados, para impedir os principais motivos de acidentes. São eles: alcoolismo, imprudência de motociclistas, excesso de velocidade e ultrapassagem em locais proibidos. No total, são apenas 600 quilômetros, ou 0,8% da malha rodoviária brasileira, onde ocorreram 22% dos acidentes no período no período de janeiro a setembro deste ano.
O Ministério das Cidades informa que cerca de 500 mil pessoas são feridas anualmente no País, o que resulta em quatro mortes por hora, 112 mortes por dia e 40 mil vítimas fatais por ano. O custo social dos acidentes nas rodovias federais nos primeiros nove meses deste ano foi de R$ 7,9 bilhões, segundo o Ministério.
Pará
Os dez primeiros quilômetros da BR-316, no Pará, segundo o estudo (clique na imagem) é o trecho mais perigoso do país. Pelos dados do Ministério, nos nove primeiros meses deste ano, ocorreram 1.671 acidentes com 18 mortos e 423 feridos. Isso representa uma média de 185 acidentes por mês apenas nesse trecho ou um a cada quatro horas apenas neste trecho de dez quilômetros.
No trecho seguinte, entre os km 10 e km 20, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Pará registrou 422 acidentes entre janeiro e setembro deste ano. O índice de gravidade nos dez primeiros quilômetros da BR-316 é cerca de 11% superior que a BR-101, em Santa Catarina, considerada a segunda mais violenta e três vezes maior que a média dos 60 trechos mais perigosos do País.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o trecho é altamente perigoso porque às margens da rodovia foram erguidos grandes conglomerados urbanos. Esse trecho da rodovia está nas proximidades das cidades de Ananindeua e Marituba, com populações de 471 mil e 108 mil habitantes, respectivamente. Ela também é a única saída por terra da capital do Pará, Belém.
Outro fator que explica o grande número de acidentes é o trânsito intenso no local. A rodovia recebe milhares veículos diariamente de moradores de Ananindeua e Marituba que trabalham na capital do Pará.
Com informações da Agência Brasil