Três municípios visitam Flona Tapirapé para criar Comitê da Bacia do Itacaiúnas

Maior rio genuinamente do sul e sudeste do Pará sofre com zonas urbanas, áreas de pastagem agropecuária e atividades de mineração

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Na última sexta-feira, dia 20, um grupo de 17 pessoas que participam de discussões para criação de um Comitê da Bacia do Rio Itacaiunas visitou a Reserva Biológica Tapirapé-Aquiri, para conhecer a área mais preservada do referido rio em toda sua extensão.

A visita foi coordenada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e contou com participação de representantes de vários órgãos dos municípios de Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás, banhados pelo Itacaiúnas.

Segundo André Macêdo, gestor daquela unidade de conservação, o objetivo da atividade era unir os três municípios em prol da criação da comitê de bacia do Rio Itacaiúnas. Para ele, a formalização do comitê é fundamental para garantir a perenidade do rio a longo prazo. “Embora o Rio Itacaiúnas esteja ‘blindado’ no interior das áreas protegidas, ele está sofrendo bastante nas áreas externas às unidades de conservação”, salientou.

A promotora ambiental Josélia Leontina de Barros também considerou positiva a visita à Flona Tapirapé e ficou encantada com o nível de preservação do Rio Itacaiúnas e reconhece que toda aquela unidade “Nesta viagem, conseguimos reunir boa parte das entidades envolvidas para criação do comitê. Ao mesmo tempo, avaliamos outra situação, de possível criação”.

A promotora antecipa que uma nova reunião do grupo está agendada para o dia 30 deste mês para tratar desse assunto. Ela observa que ainda não há data para criação do Comitê da Bacia do Rio Itacaiúnas, porque há vários passos a serem dados até lá. “Mas pretendemos arregimentar o maior número de municípios e entidades da região, como universidades, ONG’s, além de ambientalistas para ajudarem a manter este rio, que é um dos mais importantes da região”, destaca.

Desafios à vista

A Bacia Hidrográfica do Rio Itacaiúnas apresenta uma característica emblemática no que se refere aos usos múltiplos dos recursos hídricos. Em sua área de drenagem de aproximadamente 42.000 quilômetros quadrados são encontradas zonas urbanas, áreas de pastagem agropecuária e atividades de mineração coexistindo com áreas protegidas e terras indígenas. A busca pelo equilíbrio entre a produção econômica e a proteção ao meio ambiente representa um desafio não somente para a gestão de recursos hídricos, mas para a gestão ambiental como um todo.

O Rio Itacaiúnas nasce na serra da Seringa no município de Água Azul do Norte, é formado pela junção do rio da Água Preta e rio Azul e desemboca na margem esquerda do rio Tocantins em Marabá. Considerado como um rio estadual, tem 390 km de extensão e seus principais afluentes são os rios Madeira, Parauapebas, Oneã, Vermelho, Aquiri, Tapirapé, Sororó e Preto.

O Itacaiúnas já foi muito importante para o município de Marabá, principalmente por abrigar em suas margens imensos castanhais e reserva de caucho, uma espécie de látex muito utilizado no passado na área da medicina.