Troca da presidência no conselho da Vale

Continua depois da publicidade

Troca deve acalmar tensão entre presidente da empresa, Roger Agnelli, e sindicalistas do PT

O presidente da Previ, Ricardo Flores, assumirá no próximo dia 25 a presidência do conselho de administração da Vale. Segundo a Folha apurou no final do dia de ontem, houve acordo entre os principais acionistas para Flores substituir o atual presidente do conselho de administração da Vale, Sérgio Rosa.
Além da Previ, o Bradesco, o grupo japonês Mitsui e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) apoiaram o nome de Flores.

Essa troca já deveria ter sido feita em junho, quando Flores substituiu Rosa na presidência da Previ, mas vinha sendo adiada porque Rosa resistia a deixar o conselho da Vale. Com a indicação de Rosa para presidir a Brasilprev, empresa de previdência privada aberta do Banco do Brasil, abriu-se a possibilidade de mudança.

Flores tem um perfil técnico que agrada mais ao mercado do que Sérgio Rosa, do grupo de sindicalistas bancários do PT. Sua indicação para o conselho de administração da Vale deverá apaziguar, por ora, um conflito entre o PT e o presidente da mineradora, Roger Agnelli.

Agnelli recentemente deu declarações de que o PT desejaria derrubá-lo. Suas afirmações causaram desconforto no mercado e no Palácio do Planalto. Os principais sócios da Vale julgaram melhor não adiar mais a saída de Rosa.

CAMINHO AO CARGO
Flores foi escolhido para comandar a Previ pelo desempenho na vice-presidência de crédito do Banco do Brasil na crise econômica internacional de 2008 e 2009. Nesse período, o banco estatal aumentou a oferta de crédito, reduziu a inadimplência e elevou sua lucratividade, recuperando o posto de maior banco do país. A ida de Flores para a Previ encerrou uma guerra entre a ala do sindicalismo bancário do PT e o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Os preferidos dos bancários e de Bendine acabaram preteridos.

A nomeação de Flores para a presidência do maior fundo de pensão do Brasil foi diretamente aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde então, o Palácio do Planalto e o mercado avaliam positivamente a gestão dele na Previ. Moderado e bem-visto pelo mercado, Flores tem bom trânsito com o Bradesco e com os demais sócios da Vale, a maior empresa privada do país.

Fonte: Folha de S. Paulo

[ad code=3 align=center]