Antônio Oliveira da Silva, que completa 54 anos de idade neste domingo, dia 17, vai passar o primeiro aniversário fora de casa. Condenado na terça-feira (12), a 20 anos de prisão, ele cumprirá pena na Cadeia Pública de Redenção, pelo assassinato, a golpes de machado, de Martinha Pereira César, aos 58 anos, em 5 de junho de 2020, no Setor Maracanã, em Tucumã. O júri foi presidido pelo juiz Ramiro Almeida Gomes, na acusação atuou o promotor Suldblano Oliveira Gomes e, na defesa do réu, o advogado Wilson Hida Júnior, indicado pelo Estado.
Interrogado durante o julgamento, Antônio da Silva disse que viveu com Martinha César durante dez anos, harmoniosamente. Depois da separação, mudou para o Estado do Maranhão, mas após alguns meses voltou para Tucumã a fim de resolver questões de benefício com Previdência Social. Ele confessou o crime e deu detalhes de sua fuga.
As testemunhas, em sua maioria eram agentes de segurança pública, polícias civis e militares, os primeiros a chegarem ao local do crime. Eles foram ouvidos e disseram que, após buscas pelo quintal, encontraram o machado usado para matar a mulher.
Uma neta da vítima, que na época era menor de idade, também foi ouvida durante o julgamento, e disse que já pressentia que algo de ruim poderia acontecer com a tia ou com ela própria, porque que tempos atrás sofreu uma tentativa de abuso da parte de Antônio.
O promotor Suldblano Oliveira Gomes sustentou que a vítima foi morta de forma brutal e sem chances de defesa. E que Antônio aproveitou que a mulher estava dormindo e a matou com um golpe de machado, sem que tenha havido luta corporal.
Para o Ministério Público, o crime, além de homicídio qualificado também se enquadra como feminicídio, uma vez que Antônio e Martinha viveram juntos por mais de 10 anos.
Já o advogado de defesa, Wilson Hida Júnior, disse o crime não foi um feminicídio, pelo fato de o acusado não estar mais convivendo conjugalmente com a vítima. Ele também questionou os depoimentos das testemunhas, afirmando que ninguém tinha provas de que Martinha estava dormindo na hora do crime. O defensor do réu também argumentou que o Ministério Público enfatizou o feminicídio pelo fato de que, dos sete jurados, cinco eram mulheres.
Wilson Hida Júnior Insistiu em se dirigir diretamente para as juradas, que o crime não foi um feminicídio pelo fato de o acusado não ter convivência de âmbito familiar com vítima
Os jurados definiram a condenação do réu por feminicídio e o juiz que presidiu o júri deu a sentença e anunciou a condenação do réu com pena de 20 anos inicialmente em regime fechado.
Helena Francisco César Silva, irmã de Martinha César disse que ficou satisfeita com a condenação do réu, mais esperava uma pena maior.
(Com informações do repórter Jucelino Show, de Tucumã)