A comunidade João Canuto, na área de influência do Mosaico de Unidades de Conservação Lago de Tucuruí, em Tucuruí, no sudeste do Pará, está sendo contemplada com a implantação de viveiros para produção de sementes de plantas regionais. O projeto é coordenador pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), por meio do Escritório Regional de Carajás e da Gerência Administrativa do Lago de Tucuruí (GRTUC).
Na primeira quinzena deste mês, foi realizada uma ação social para instalar os viveiros na comunidade, que fica a 22 quilômetros do centro da cidade. A ação teve o apoio de membros da Associação de Trabalhadores Rurais João Canuto, que atuaram em mutirões.
De acordo com Antônio Pacheco, vice-presidente da Associação de Trabalhadores Rurais, os viveiros irão beneficiar os trabalhadores rurais residentes em 32 lotes. Ele detalha que, ao todo, 47 famílias que vivem da produção da lavoura branca, baseada na banana, macaxeira e maracujá, sendo metade da produção comercializada no município de Tucuruí. “A outra parte é usada para alimentação das famílias e manutenção da segurança alimentar das mais de 30 crianças residentes na comunidade”, diz Antônio Pacheco.
Segundo Emmanuell Carrolo Sobrinho, gerente em exercício do Escritório Regional de Carajás do Ideflor-Bio, em Marabá, a instalação dos viveiros florestais é uma etapa do Projeto de Restauração Florestal através de Sistema Agroflorestais (Prosaf), criado pela Instrução Normativa 01/2018. Sua importância, disse ele, está na valorização da produção de mudas, de acordo com o calendário agrícola da região.
No caso da comunidade João Canuto, ele destacou o apoio da Associação de Trabalhadores na instalação dos viveiros, além da articulação da Gerência Administrativa Mosaico Lago de Tucuruí. O projeto visa produzir nove mil mudas em sacolas para triplicar a produção em tubetes, com o apoio do Instituto.
De acordo com a gerente do Mosaico Lago de Tucuruí, Mariana Bogéa, o apoio do Escritório Regional de Carajás ao Mosaico é essencial para o fortalecimento das ações socioprodutivas, da ocupação ordenada da terra pelos trabalhadores rurais e para a adequação ambiental e fundiária que preconiza o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
O sociólogo da Gerência Administrativa Mosaico Lago de Tucuruí, Patrick Passos, adiantou que serão realizadas oficinas de produção de mudas, produção de substrato para tubetes e sacolas, que serão usados no cultivo de mudas florestais, como açaí e cupuaçu, na comunidade rural. As oficinas apresentam técnicas novas, que são aliadas ao conhecimento que o agriculto já tem do cultivo do solo.
Para a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson, é importante a união entre o conhecimento técnico e o saber tradicional, possibilitando avanços para o desenvolvimento local. No caso da comunidade João Canuto, isso possibilita o avanço no desenvolvimento da agricultura familiar, associado agora a atividade de produção de mudas. “Isso gerando coesão social e fortalecimento dos laços de identidade entre os membros da comunidade”, frisa Karla Bengtson.
Tina DeBord – com informações do Ideflor-Bio