A Superintendência da Polícia Civil de Tucuruí segue com as investigações para tentar localizar Suely Barros Carvalho e Toni Ramos Fernandes, acusados de integrar um esquema criminoso de produção de divulgação de notícias falsas (fake news) contra candidatos políticos em Tucuruí, no sudeste do Pará. Outros três acusados do crime foram presos ontem (4) durante operação realizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e Polícia Civil.
Segundo a Polícia Civil, Suely Barros Carvalho é blogueira e ligada a um grupo político local. Já Toni Ramos Fernandes é quem produzia áudios falsos veiculados na internet em vários municípios da Região do Lago de Tucuruí.
De acordo com o superintende da Região do Lado de Tucuruí, delegado Rommel de Souza, Toni Ramos é o mais perigoso dos foragidos. “Ele é conhecido por fabricar as fake news imitando a voz do candidato, criando uma história falsa. Não conseguimos prendê-lo porque ele não está na cidade. Ele atua não só em Tucuruí, como em toda a região do Lago do Tucuruí. Além disso, ele também faz extorsão. Chega na cidade, produz o material e vai “vender” para os candidatos”, detalha o superintendente.
A Polícia Civil divulgou as fotos dos dois foragidos, e pede a quem tiver qualquer informação que leve ao paradeiro deles, que informe pelos números que estão divulgados. Segundo a polícia, o sigilo é garantindo.
Durante a operação, batizada de “Gato Escaldado e Jogo Limpo”, foram expedidos três mandados de busca e apreensão pela Justiça Eleitoral, além das prisões preventivas decretadas de Mary Leal, coordenadora do “setor de produção”, Ismaike dos Santos Martins, responsável pela rede de disseminação, e Antônio Cruz de Souza, responsável pela produção.
Segundo o delegado, o material usado para a produção e propagação das fake news foi encontrado na casa de Mary Leal, na Travessa Oriximiná, no Bairro de Vila Pioneira. Ela é assessora do atual prefeito e candidato à reeleição, Artur Brito.
Na residência foram apreendidos vários telefones celulares, chips, materiais de propaganda política irregular, galões de combustível, além de computadores, HDs, pen drives, dentre outros objetos. Os itens apreendidos deverão ser periciados, conforme autorização judicial.
Segundo o delegado Rommel Souza, as investigações tiveram início no começo da campanha eleitoral. “Começamos a monitorar as notícias falsas veiculadas até que se tornou insustentável com a aproximação do pleito eleitoral, mas ainda vamos chegar a muito mais pessoas”, avisa.
Ele ressalta que menos 15 pessoas estão envolvidas na ação criminosa. “Eles se reuniam na casa da Mary Leal para definir quais candidatos seriam atacados e quais matérias seriam veiculadas naquele dia. Todo dia tinha um conteúdo novo de ataque”, explica o superintendente.
O delegado observa que o crime de fake news eleitoral atinge não apenas as pessoas responsáveis pela sua produção, mas também todos que a divulgam em grupos e redes sociais, por essa razão e considerando a quantidade de material apreendido, uma nova operação poderá ser deflagrada a qualquer momento.
A promotora Aline Martins, responsável pela operação, reforça que o objetivo central da operação foi frear crimes eleitorais que estão acontecendo há bastante tempo em Tucuruí. Segundo ela, essa atividade se intensificou agora durante a campanha eleitoral e houve uma necessidade maior de cessar todas as condutas que tenham haver com os crimes, principalmente a divulgação de notícias falsas.
Após inquérito instaurado, os acusados irão responder pelos crimes eleitorais previstos nos artigos 326-A, 324 e 325 pela prática de crime ou ato infracional na propaganda eleitoral, imputando-lhe fato de caluniar e ofender a reputação de outras pessoas, além de associação criminosa.
(Tina Santos)