Um a cada dois carros roubados no Pará é recuperado pela Polícia Civil

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Nos dois primeiros meses do ano, a Polícia Civil do Pará recuperou um a cada dois carros roubados no Estado. É o que comprova um levantamento feito pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFV). De acordo com relatório, entre os meses de janeiro e fevereiro foram registrados 868 roubos de veículos. Destes, 536 foram recuperados e devolvidos aos seus donos. “Em média, somente nos dois primeiros meses do ano, cerca de 60% dos carros roubados foram recuperados”, informa o titular da unidade, Raphael Cecim.

Carro

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o número também é positivo, ultrapassando a marca dos 50% de recuperação e devolução. Naquela ocasião, 822 ocorrências haviam sido registradas nas unidades policiais da capital e do interior. No mesmo período, 436 veículos foram recuperados, graças ao trabalho das equipes policais de diversos órgãos segurança atuantes no Estado. O diferencial, na avaliação do delegado, veio com a adoção de uma nova forma de combater e investigar este tipo de crime.

Cecim explica que agora o foco da polícia está no “receptador”, uma espécie de intermediário entre as quadrilhas e os compradores do veículo roubado. “Essa pessoa funciona como um ‘corretor de imóveis’. Fica a cargo dela a busca por pessoas que querem comprar os veículos. Na prática, as quadrilhas roubam, mas não vendem esses carros, apenas repassam pra essa pessoa, que manda o carro para o interior ou até mesmo pra outros estados, por isso também, na maioria das vezes, não sabem onde foram parar. Quem sabe é o receptador”.

Com a prisão dessa pessoa, observa o delegado, grande parte do esquema é quebrada. “Esse é um dos motivos que levaram a uma diminuição na ocorrência desses crimes, em proporção ao aumento da frota de automóveis, e um aumento também na recuperação desses carros. Mas também é importante frisar que o nosso foco principal é a investigação, a identificação e a prisão dessas pessoas, mesmo porque, para a sociedade, é importante reduzir a criminalidade. E a recuperação dos carros é uma consequência desse trabalho”, ressalta.

Distração – Para ajudar a evitar o fruto e roubo de veículos, o delegado observa que uma postura mais atenta dos condutores pode fazer a diferença. “A abordagem deles normalmente ocorre em um momento de vulnerabilidade da pessoa, quando ela está entrando no veículo, falando no celular, ou ainda esperando para que o portão de casa seja aberto. Por isso, é sempre bom prestar atenção antes de entrar e sair do veículo, ou mesmo ligar para casa e avisar que está chegando”, aconselha.  

Segundo ele, diferente do que se pode imaginar, os bairros residenciais, como a Cidade Nova, em Ananindeua, e o Umarizal, em Belém, são os que mais apresentam registros de roubos de veículos. “As pessoas sempre fazem essa relação com a madrugada, mas a maioria acontece nos horários de saída e chegada das pessoas em suas casas”, informa Raphael, acrescentando, ainda, que a primeira atitude da vítima nesses casos deve ser acionar o 190, antes mesmo de fazer o Boletim de Ocorrência. “Quanto mais rápido tomarmos conhecimento, mas rápido terá início a investigação”, diz.   

Proprietário pode requerer a isenção de taxas dos veículos roubados

No Pará, em caso de roubo do veículo, o proprietário pode requerer a isenção do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) nos casos em que o período do licenciamento coincidir com o tempo em que o automóvel foi roubado ou furtado. O direito é assegurado pela Lei 6.796, de 29 de dezembro de 2004. Para isto, é necessário que o proprietário já tenha registrado a ocorrência em qualquer delegacia estadual, informando as autoridades policiais sobre o ocorrido. A medida é válida para os veículos registrados no Pará.

Moto

A ocorrência também servirá de base para alimentar o sistema do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), que bloqueia imediatamente o veículo para futuras transações. Na hipótese da recuperação do mesmo sem a participação da polícia – como os casos em que o carro é achado pelo proprietário ou ainda por terceiros na rua – também é necessário que a vítima vá até uma unidade policial para dar baixa da ocorrência. Caso isso não seja feito, o veículo continuará bloqueado junto às autoridades.

Outra medida que pode ser adotada pelo proprietário, caso o veículo esteja no período do seu licenciamento, é requerer a isenção das taxas administrativas junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Carlos Valente, diretor de planejamento, informa que, para isso, é necessário que o proprietário entre com um requerimento junto ao órgão, anexando ainda o registro do ocorrido na Polícia Civil. “O B.O é fundamental para resguardar todo e qualquer direito do proprietário, por isso a importância de se registrar a ocorrência o mais rápido possível”, ressalta.

Valente orienta, ainda, que se chegarem multas e notificações de infrações para o proprietário no período em que o veículo não esteve sob o seu domínio, deve-se entrar com um recurso junto ao órgão atuador também de posse da ocorrência. “Quando não se tem a identificação do motorista, tanto as multas quanto os pontos vão para o proprietário. Então se ocorrer, isso vai chegar até o dono. Com o recurso, não deve ser cobrada a multa e também não devem ser computados pontos previstos pela infração, além de outras penalidades previstas”, orienta.

Por Amanda Engelke – Secretaria de Estado de Comunicação