O 4º Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira já tem data definida. Será de 12 a 16 de abril, com programação em Marabá, Belém, Acampamento da Juventude Sem-Terra, Aldeias Indígenas, Araguaína-TO, Porto Grande-AP e Lima-Peru.
A Diretoria de Ação Intercultural da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (DAI/PROEX), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) lançou nesta terça-feira (20), a arte da mostra cinematográfica, criada pelo professor Evandro Medeiros, curador do festival, em parceria com Alexandra Duarte, da agência Tramateia Produções.
Nesta edição, o festival presta homenagem a Paulo Fonteles Filho, o “Paulinho Fonteles”, militante comunista defensor dos direitos humanos, falecido recentemente. Paulinho Fonteles colaborou com produções do cinema do front na região sudeste do Pará e participou do FIA CINEFRONT nos anos anteriores. O festival lhe rende homenagem por sua história de vida e atuação política na defesa dos direitos daqueles que ele definia como os camponeses do Araguaia,no trabalho junto à Comissão da Verdade e no grupo de busca dos corpos dos mortos pelo exército no período da Guerrilha do Araguaia.
O cartaz do festival se inspira na identidade estética e ética do evento, como espaço de apresentação do “cinema do front”, comprometido com a visibilização das lutas populares na fronteira amazônica e das realidades sociais conflituosas em outras regiões do país e do mundo, em especial na África e América Latina, colocando em debate as consequências negativas do desenvolvimento capitalista nestes contextos e as histórias de enfrentamentos protagonizados pelas populações locais atingidas.
Além da representação da diversidade – de gênero, social, política, cultural e ecológica – que marca a realidade na fronteira como lugar de vidas e não apenas reserva de recursos naturais e parques de instalação de empreendimentos capitalistas, os planos em cores transparentes evocam a necessidade das interconexões entre os agentes do front e da resistência popular nos diferentes contextos, a necessidade de “globalizar a luta”.
Na arte do cartaz aparecem em destaque um indígena e um trabalhador rural sem-terra, fazendo alusão aos filmes que serão apresentados nesta edição, que abordam a realidade indígena e camponesa na região sudeste do Pará e suas lutas em meio ao processo recente e contínuo de “ocupação da Amazônia”, desencadeado pelo Governo Militar durante a Ditadura no Brasil. Apresenta também, as cidades onde acontecerão as sessões do festival já confirmadas e reafirma a parceria da Unifesspa com os movimentos sociais na realização do evento, além de sua internacionalização a partir da ocorrência simultânea de sessões em Lima, no Peru, realizadas pela Pontificia Universidad Católica del Perú – PUCP.
O evento é uma realização da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Fundação Cultural do Estado do Pará, o Curuwinsi Cine – Tarapoto Peru e a Tramateia Produções.
Os interessados em estabelecer parcerias e/ou colaborar com a realização das sessões do FIA CINEFRONT 2018 podem fazer contato com a organização do evento. A Diretoria de Ação Intercultural da Proex funciona na Unidade III, do Campus de Marabá (Loteamento Cidade Jardim). Mais informações pelo telefone 2101-7134.