Usuários do transporte público seguem sem ônibus em Marabá

Motoristas e cobradores das empresas que exploram o transporte coletivo na cidade dizem que já não dá mais para suportar os atrasos de salários. Empresas afirmam que os atrasos foram programados

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Marabá segue sem transporte coletivo na tarde desta segunda-feira (20), por conta de mais uma greve de motoristas e cobradores das empresas Nasson Tur Turismo e Transporte Coletivo Anapolina (TCA), que prestam esse serviço na cidade.

Dessa forma, cerca de 60 mil usuários, entre trabalhadores, estudantes e outros, estão por conta do transporte alternativo, como moto-táxi e taxi-lotação. Porém, quem não pode pagar, perdeu o dia de trabalho e aulas. Outros perderam consultas médicas e compromissos  agendados.

Os profissionais, mais uma vez, alegam que estão sem receber salários, tíquete alimentação e com o plano de saúde suspenso. Em 17 de julho último eles fizeram paralisação semelhante, ocasião em que a população ficou 24 horas sem ônibus. Motoristas e cobradores afirmam que estão sem receber desde julho passado, quando, após a pressão exercida sobre as duas empresas, conseguiram receber os salários de junho. “De lá para cá estamos trabalhando sem receber, estamos trabalhando de graça. Eles nos enviaram uma planilha pelo WhatsApp, informando a programação. Mas, pela planilha, só vamos receber o mês de julho lá pelo dia 27 deste mês. Não dá mais para aguentar isso”, disse ao Blog um motorista que pediu sigilo de sua identidade, temendo represália.

Outro condutor, que também pediu sigilo de seu nome, disse que “muitos companheiros já estão sem dinheiro” para manter as necessidades básicas da família, como alimentação, água e energia elétrica. “Onde vamos parar, desse jeito?”, indagou.

Por seu turno, o gerente das duas empresas, João Martins, disse que os atrasos de pagamento já estavam programados e que os funcionários foram informados pelo WhatsApp, com o envio de uma planilha, com as datas de pagamento. Afirmou, ainda, que as datas de pagamento foram estabelecidas de comum acordo com o Sindicato dos Rodoviários e disse que não sabe o que está havendo, quem está no comando da greve nem quem responde pelos grevistas, que, segundo ele, são a minoria dos trabalhadores.

“O movimento caiu muito, principalmente no mês de mês de julho, a situação não está fácil, o País está em meio a uma crise. Ora, se com os carros rodando estamos tendo dificuldades para pagar, imagine com as duas empresas paradas. Mas, tem um pequeno grupo que não entende a situação”, desabafou João Martins.

O Blog tentou várias vezes, mas não conseguiu contato com os dirigentes do Sindicato dos Rodoviários. As ligações são encaminhadas para a caixa de mensagens. Pelo WhatsApp também não houve retorno.