Vale ainda não sabe extensão dos danos com incêndio no Salobo III

Companhia afirma que está avaliando os impactos do incidente e as medidas necessárias para o restabelecimento dos processos operacionais. Usinas de Salobo I e II estão funcionando
Estruturas foram atingidas durante o incêndio

Continua depois da publicidade

A mineradora Vale está avaliando a extensão dos danos causados por um incêndio ocorrido neste domingo (16), que destruiu parte das estruturas do Projeto Salobo III, no município de Marabá, mas com acesso por Parauapebas.

Imagens gravadas por trabalhadores da mineradora Vale mostram as fortes chamas consumindo os corredores do local, onde é realizado o transporte de cobre por meio de correias. No vídeo, é possível acompanhar uma grande passarela de cobre caindo no chão após ser derretida com o calor das chamas.

A Salobo Metais, empresa que pertence à Vale, informou em nota que equipes de brigadistas e bombeiros da unidade conseguiram controlar o fogo que atingia uma das suas correias transportadoras do Salobo III. Segundo a assessoria, não houve feridos e as causas do incêndio ainda devem ser investigadas.

Já no comunicado emitido nesta segunda-feira (17), a mineradora informou que “está avaliando os impactos do incidente e as medidas necessárias para o restabelecimento dos processos operacionais afetados em Salobo 3. Não há impacto nas operações das usinas de Salobo 1 e 2”.

Esta não é a primeira vez que a mesma estrutura pega fogo. Em 5 de outubro de 2021, outro incêndio atingiu parcialmente a correia transportadora na mina do Salobo. O local afetado passou por avaliação e as causas do incêndio não foram divulgadas à Imprensa. A produção de concentrado de cobre no Salobo foi suspensa na época, retornando no final de outubro.

O Salobo é a principal operação de cobre da Vale e uma das maiores minas do metal na América Latina, com reservas de 1.8 bilhão de tonelada e uma vida útil projetada até 2060. Recentemente, foi concluída uma nova expansão, Salobo III, incluindo a instalação de uma nova usina, que entrou em operação no primeiro trimestre de 2023 e está em fase final de ramp up, devendo ser concluído em meados de 2024. O Salobo III vai adicionar, anualmente, 40 a 50 mil toneladas de cobre em concentrado, com a movimentação e processamento de 12 milhões de toneladas de minério. Para 2024, o plano de produção na operação prevê um volume acima de 200 mil toneladas de cobre. E nos próximos anos a produção deve se situar em torno de 210 a 250 mil t/ano.

O investimento realizado para a implantação do Salobo III foi da ordem de US$ 1,1 bilhão e, durante a construção, trabalharam quase 7 mil pessoas. A Vale Base Metals (VBM) considera possibilidades de expansão futura do Salobo, incluindo o prolongamento da lavra através de mineração subterrânea, de acordo com o presidente da empresa, Mark Cutifani.

Segundo o site Brasil Mineral, a Vale também já estuda a opção de implantação do projeto Salobo IV, que acrescentaria mais 30 mil t/ano de cobre contido em concentrado à capacidade do empreendimento.