Parauapebas é uma das cidades brasileiras com maior proporção de florestas dentro de áreas de proteção na Amazônia Legal, conforme estudo do Imazon. O município paraense sediará o Congresso de Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás, promovido pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), que acontece nesta semana. De 8 a 10 de novembro, o congresso, que tem patrocínio da Vale e apoio da prefeitura municipal, será um espaço para construção de parcerias voltadas para a conciliação do desenvolvimento econômico com a conservação da natureza, além de divulgar importantes estudos sobre as unidades de conservação.
Mais de 70% da Floresta Nacional de Carajás se estende pelo município de Parauapebas. A área foi oficialmente criada como unidade de conservação por decreto em 1998, mas desde a concessão de parte da região para a implantação do projeto Grande Carajás, foi discutida também a proteção do território pela mineradora Vale ainda na década de 80. A Flona faz parte do conjunto de seis unidades de conservação que totalizam a maior área de floresta amazônica contínua (mais de 800 mil hectares), preservadas ao longo das últimas décadas no sudeste do Pará. Todo o conjunto é gerido pelo ICMBio e protegido por meio da parceria com a iniciativa privada, a Vale, que opera a maior mina a céu aberto localizada dentro da Flona.
Durante o painel “Os grandes projetos de conservação da biodiversidade de Carajás”, a Vale apresenta o programa de gestão da biodiversidade de Carajás (PGBio) e a Universidade do Espírito Santo apresenta o projeto Harpia, realizado no Pará com suporte financeiro e técnico da empresa. Já o Instituto Tecnológico Vale (ITV) participa do painel “Gestão do Conhecimento aplicada à Sociobiodiversidade”. A empresa também apresenta diversos estudos realizados entre os mais de 200 trabalhos selecionados pelo ICMBio para a maior mostra de conhecimento científico, que acontecerá no evento. Segundo o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade do órgão ambiental, a Flona de Carajás está entre as 10 unidades de conservação mais pesquisadas do Brasil.
No dia 9 será lançado em Parauapebas o livro “Desafios e Perspectivas na Conservação de Isoëtes cangae, uma macrófita endêmica da Amazônia”. A publicação consiste na compilação do resultado de uma década de pesquisas realizadas por dezenas de pesquisadores e vem ampliar o conhecimento e contribuir para a conservação de uma macrófita (planta aquática) presente na flora de Carajás, a Isoëtes cangae.
Já no dia 10, acontece o lançamento do livro “Capital Natural das Florestas de Carajás”, que representa um marco significativo na compreensão da riqueza da floresta, quer dizer, dessa relação entre seus recursos naturais e os benefícios que proporcionam para a sociedade. Antes, durante mesa redonda, pesquisadores do ITV apresentam os resultados das pesquisas que estão reunidas no livro, como as mudanças climáticas e o papel das florestas na regulação do clima local, estoque de carbono e qualidade do solo das florestas de Carajás, além do papel das florestas na proteção hídrica. Ambos os livros também foram lançados em Belém durante o 73º Congresso de Botânica que aconteceu no período de 30 de outubro a 3 de novembro.
Durante os três dias do evento serão realizados diversos painéis, palestras, além de feira de negócios sustentáveis e agroecologia, espaço kids e apresentações culturais. Toda a programação será realizada no Parque de Exposições (FAP) e reunirá universidades, instituições de ensino e pesquisa, empresas, órgãos governamentais, organizações não governamentais e empresas da Amazônia.
(Ascom Vale/ Foto: Salviano Machado)