A mineradora Vale se reuniu mais uma vez, nos últimos dias 17 e 18, com representantes da Unidade Sindical dos Trabalhadores da Vale, composta por quatro sindicatos, para negociar o Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016. No total são 12 sindicatos que representam os trabalhadores da mineradora em todo o Brasil.
A empresa manteve a proposta anterior e elevou o abono salarial para R$ 3.560, mas ainda sem oferecer reajuste salarial e da inflação acumulada nos últimos 12 meses. Os sindicalistas reprovaram a proposta.
Ainda não foi marcada nova data para se tentar chegar a uma solução.
Segundo o presidente do Metabase Carajás, Raimundo Nonato Alves Amorim – Macarrão – (foto), a data base era 1º de novembro e o Sindicato enviou proposta de reajuste salarial em tempo hábil para ser discutida, todavia, a mineradora não entrou em acordo. O sindicato propõe, entre outros, um reajuste salarial de 10,33%, que somente corrigiria a inflação até outubro de 2015.
Ainda segundo “Macarrão”, a proposta da Vale aos trabalhadores perfaz um total de R$6.000,00, sendo:
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R$1.200,00 – valor compensatório por mudança na AMS a partir de 1º de outubro de 2016, sendo 5% nos valores das consultas para quem ganha até R$3.016,00 e 10% para quem ganha acima deste valor;
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R$3.500,00 – abono salarial;
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R$620,00 – 13º cartão alimentação;
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R$620,00 – 14º cartão alimentação um mês depois de pagar o item anterior.
O presidente do Metabase Carajás afirmou que está ouvindo a base para definir o que fazer em relação à posição da Vale. Segundo ele, existem duas alternativas a serem seguidas caso a mineradora persista nesse aumento zero: greve geral ou ingresso na justiça para buscar os direitos dos trabalhadores. Isso deverá ser decidido no início da próxima semana.
Macarrão cita ainda que “a mineradora está aproveitando do difícil momento em Minas Gerais, já que a produção lá está paralisada, para acuar o trabalhador, mas não podemos cair nessa. Carajás tem o melhor minério de ferro do mundo a um custo baixíssimo para a Vale. Não é possível que a mineradora não se comporte conosco nos mesmos moldes do que ela representa para a economia do país. Vamos exigir respeito aos nossos direitos como trabalhadores e denunciar para o mundo o que esta empresa representa. A imagem da Vale não pode ficar incólume diante de tanta dificuldade que passamos e de tragédias que precisamos reparar”, finalizou o presidente do Metabase Carajás.