A Vale desenvolveu um projeto que visa converter o valor de multas de seus fornecedores em plantio de mudas de árvores nativas do Pará. Trata-se do Projeto Florestar que será desenvolvido em parceria com o Vale Florestar, um dos maiores fundos de reflorestamento do Brasil. A multa passará a valer quando o fornecedor descumprir cláusulas contratuais e de segurança.
Para o gerente geral da área de Suprimentos da Vale, Renato Horta Franklin, o “foco da implantação desse projeto não é a aplicação da multa e sim uma disciplina sustentável, com boa execução e cumprimento do contrato”. Mas caso venha ocorrer, explica o gerente, “as penalidades serão transformadas em benefício maior, com ganhos mais amplos para toda a sociedade com o plantio de mudas que ainda ajudarão a reduzir o aquecimento global através da retenção de CO2 e a recuperação de nascentes”, enfatiza.
A Vale Florestar será a empresa responsável pela produção, plantio e escolha do local , além do cultivo e manutenção das mudas das árvores. Para o idealizador do projeto na Vale, Silvio Barreto, analista da área de suprimentos da Vale a expectativa é de que todas as nossas transações comerciais a partir de agora, tenham a inclusão desta nova cláusula contratual”. A primeira empresa fornecedora a aderir ao contrato com esta nova cláusula foi a empresa Tamasa Engenharia, que presta de serviços de obras civis para a Vale.
Sobre o Vale Florestar
O Vale Florestar é hoje um dos maiores fundos de reflorestamento do Brasil, que conseguiu, em cinco anos, plantar cerca de 45 mil ha de florestas de eucalipto, além de proteger e recuperar quase 100 mil hectares de floretas nativas e áreas degradadas em uma região do Pará que integra o “arco do desmatamento”, na Amazônia Legal.
Além da Vale, fazem parte do fundo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os fundos de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobras (Petros). O Vale Florestar tem como objetivo proteger e recuperar florestas nativas e áreas degradadas na Amazônia, associado à implementação de florestas industriais; além de promover a ocupação ordenada do território e o desenvolvimento socioeconômico sustentável. A previsão é de que até 2015 sejam aplicados cerca de R$ 600 milhões no fundo, que pretende atingir uma área total de 450 mil hectares em 2022 – dos quais 150 mil serão de florestas industriais e 300 mil para proteção e recuperação de florestas nativas e de áreas degradadas.
Ao preservar a floresta na região amazônica, a Vale Florestar S.A. promoverá também o sequestro de CO2 e a fixação do carbono. Este fato torna-se particularmente importante na medida em que grande parte das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global, são decorrentes de desmatamentos.