Borracha descartada pode ser usada em concreto ecológico, na produção de asfalto e na redução do consumo de combustíveis em cimenteiras
A destinação correta de pneus de equipamentos utilizados na mineração sempre foi um dos grandes desafios para equipes de meio ambiente de empresas de recursos naturais, como a Vale. Estes pneus chamam a atenção pelo tamanho e pela rigidez, o que transforma o processo manual de reciclagem muito lento e inviabiliza a aplicação dos processos de reciclagem tradicionais utilizados nos pneus convencionais de automóveis. Para resolver o problema, a Vale adotou um projeto piloto que utiliza uma tesoura hidráulica adaptada a uma escavadeira para cortar os pneus. A solução aumentou a produtividade do processo, possibilitando que, em um ano, a empresa elimine todo o seu passivo ambiental da Mina de Carajás, que hoje é de 3 mil pneus estocados.
Depois de cortados com a tesoura hidráulica, os pedaços dos pneus são triturados e seus componentes, borracha e aço, são separados. A borracha será usada na produção de concreto ecológico, asfalto e na redução do consumo de combustíveis fósseis usados na geração de energia na indústria cimenteira, já que ela substitui em até 25% o Coque Verde do Petróleo, subproduto obtido a partir da destilação do petróleo. O aço será vendido como sucata para reaproveitamento na indústria siderúrgica.
Diferentemente dos usados em carros comuns, esses pneus tem aproximadamente quatro metros de diâmetro e pesam até cinco toneladas. Além da borracha existe uma camada de aço resistente que suporta o peso do minério. No processo anterior, feito manualmente, eram cortados em média dois pneus por dia. Com o uso da nova tecnologia, esta média pode chegar a 20 pneus por dia, o que torna mais rápida outra etapa do processo de reciclagem: a trituração do material.
“Com a utilização da tesoura hidráulica, será possível eliminar cerca de 3 mil pneus existentes nas Centrais de Materiais Descartados de Carajás neste ano”, comemora Miranda Braga, gerente de Desenvolvimento do Suprimentos. O equipamento tem capacidade para cortar o pneu em até oito partes de um metro cada. Gasta em média 30 minutos nesta operação e pode gerar uma pressão equivalente a 800 toneladas no processo de esmagamento do resíduo.
A expectativa é que todo o estoque existente em Carajás seja eliminado em um ano. O espaço físico ocupado por estes pneus é muito grande. Em peso, 3 mil pneus correspondem a 15 mil toneladas. “O principal ganho com este projeto é o ambiental. A diminuição do tamanho do corte do pneu facilitou o transporte e a identificação de clientes que compram o material gerado e dão a destinação correta”, explica Benito Nunes, gerente de Infraestrutura Norte do Centro de Serviços Compartilhados.
“A expectativa é que este projeto possa ser aplicado nas outras unidades operacionais para que possamos auxiliar no desenvolvimento sustentável das regiões onde estamos inseridos”, completa Miranda.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Vale