Estação Ferroviária de Marabá agora é o prédio mais acessível da cidade.
Depois de uma perícia do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, a pedido da 13ª promotora de Justiça de Marabá, a mineradora Vale fez adequações na Estação Ferroviária do município para adequar-se às normas técnicas. Além disso, ouviu sugestões de cadeirantes, cegos e outros portadores de necessidades especiais para realizar a obra.
A apresentação do resultado final ocorreu esta semana, dia 13, com a participação de uma perita do Centro de Perícias Renato Chaves; do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência; de um professor de engenharia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (o qual vem atuando em parceria com esta Promotoria de Justiça nas demandas afetas à acessibilidade); e ainda de representantes de associações de pessoas com deficiência.
Os visitantes conheceram as alterações que foram realizadas na estação e ainda o trem de passageiros da Vale, que transporta cerca de 1.300 pessoas por dia e mantém um vagão adaptado para portadores de necessidades especiais.
A promotora de Justiça Lílian Viana Freire informou que tramita na Promotoria de Justiça Inquérito Civil instaurado para assegurar esse direito. “Para a garantia dos direitos das pessoas com deficiência que usam o serviço e transporte ofertado pela empresa Vale S/A, o Ministério Público requisitou ao Centro de Perícias Renato Chaves de Marabá a realização de perícia técnica na Estação Ferroviária de Carajás e no Trem de passageiros da Estrada de Ferro Carajás em relação cumprimento das normas que garantem a acessibilidade e os preceitos da NBR-9.050/2004 e NBR-14.020”, explicou a promotora de Justiça Lílian Freire.
O Ministério Público do Estado realizou quatro reuniões sobre o tema envolvendo representantes da empresa Vale, do Conselho das Pessoas com Deficiência, Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e Universidade do Estado do Pará (Uepa), e ainda de associações e comunidades de pessoas com eficiência. “Foi constatado que a empresa, cumprindo a recomendação do Ministério Público, adotou várias medidas para a garantia da acessibilidade na estação ferroviária e no trem de passageiros com a adequação de vários itens constantes no laudo pericial”, afirmou Lílian Freire.
Nos próximos dias será realizada perícia complementar pelo Centro de Perícias Renato Chaves na estação e no trem de passageiros para a verificação da observância na integralidade das normas de acessibilidade. Entre os ajustes realizados visando à conformidade com as recomendações do MPE, o piso de entrada da estação foi nivelado e construído um novo acesso, mais largo, para passageiros com dificuldade de locomoção ou cadeirantes. Hoje, as vagas para PCDs e idosos estão demarcadas e ficam em frente aos acessos. Além disso, o piso interno do prédio também foi trocado para um mais aderente para que os passageiros não tivessem mais risco de escorregar, além do piso tátil por toda a estação até o trem para as pessoas portadoras de deficiência visual. Para elas, também foi colocado um mapa em braile e alto-relevo para que tenham autonomia para circular pelo prédio.
Já o trem, ganhou um sistema mecânico automático na porta de entrada do vagão especial para a entrada dos cadeirantes sem que eles precisem da ajuda dos acompanhantes. Trata-se de uma ponte retrátil com piso aderente para evitar acidentes. Já dentro do vagão: barras de apoio, cintos de segurança que prendem as rodas das cadeiras e banheiro adaptado foram algumas das mudanças.