Foi publicado nesta terça-feira (11), no Diário Oficial dos Municípios do Estado do Pará, o extrato de dois termos de doação em que a mineradora Vale repassa à Prefeitura de Marabá o valor de R$ 5 milhões para contribuir com a construção de um novo bloco no Hospital Municipal e outro aparelho na área da saúde, sendo a prefeitura responsável pelos custos excedentes ao valor doado.
No mesmo dia e na publicação, a Secretaria Municipal de Planejamento de Marabá celebrou outro convênio com a Vale para doação da bagatela de R$ 65 milhões para serem aplicados em obras de pavimentação e drenagem de vias públicas no município. Os dois valores foram negociados entre prefeitura e a mineradora há mais de um ano, como forma de contrapartida pela construção da nova ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, que vai consumir recursos da ordem de R$ 4,1 bilhões, no prazo de cinco anos.
O total de R$ 70 milhões será repassado às empresas prestadoras de serviços, as quais ficarão sob supervisão de quatro engenheiros da Vale. Encarregados pela mineradora de fiscalizar os trabalhos, eles acompanharão as medições das obras conforme o cronograma.
Com 2.365 metros de extensão, a nova ponte será toda metálica, com a parte rodoviária separada da ferroviária. As faixas de veículos terão 3,60 metros de comprimento, acostamento de 2,50 metros, 60 centímetros de faixa de segurança, passeio de 1,5 metro e plataforma total de 17,80 metros de largura. As duas pontes (rodoviária e ferroviária) serão iluminadas, haverá sistema de monitoramento por câmera durante 24 horas e será construída uma barreira entre a rodoviária e ferroviária.
A nova ponte ficará localizada a 300 metros acima da ponte atual, e 250 metros a jusante (abaixo) do linhão de energia. Paulo Carreira, engenheiro da Vale, garantiu que existem modelos de pontes metálicas semelhantes ao que será construído em Marabá em vários estados, entre os quais o Rio Grande do Sul.
CAMINHÃO SÓ EM UMA PONTE
Uma das novidades apresentadas pelos engenheiros é de que os caminhões serão impedidos de passar pela ponte atual, tendo acesso apenas pela nova. Com isso, carros e ônibus continuariam seguindo pela estrutura já existente, o que ajudaria a evitar os enormes engarrafamentos que existem atualmente quando um caminhão quebra sobre a ponte, atualmente.
As duas pontes serão construídas ao mesmo tempo, conforme o compromisso da Vale com a comunidade marabaense, para evitar especulação de que a mineradora está preocupada apenas com a parte ferroviária.
Carreira relatou também a preocupação com o tráfego de veículos no Rio Tocantins, tanto com a demanda atual quanto com a futura, quando barcaças começarem a subir e descer o rio com a viabilidade da Hidrovia do Tocantins. “Contratamos uma empresa para realizar estudo e identificaram que há muitos barcos na região. Eles entrevistaram barqueiros para descobrir por onde mais eles trafegam,” disse. Os chamados ‘Dolphins’ serão construídos para garantir a segurança da ponte, principalmente a colisão de embarcações com carga pesada.
A nova ponte deverá consumir cerca de 25 mil toneladas de aço, no total, sendo 6 mil apenas para construção da parte do concreto e 18 mil para as vigas. Por enquanto, apenas um canteiro de obras foi erguido (do lado do São Félix).
2 comentários em “Vale repassará R$ 70 milhões a Marabá por impactos na construção da ponte”
Considero que o futuro não pode ser contido, a construção da nova ponte sobre o rio Tocantins deve ser prioridade. A pergunta é: o que vai trazer de benefício, pro município, pro estado e pro País, visto que a VALE já se encontra a nos no estado retirando riquezas e até o momento não vimos a contrapartida? O desenvolvimentonto do Estado, tão prometido até o momento não chegou. O contrario, os investidores estão cada vez mais milionários, o povo do Estado empobrecido, sem assistência, desamparado mesmo e estamos presenciando o minério acabando, sendo levado para produção em outros países. Acorda povo, acorda Brasil.
… minha querida, do meu coração, cidade. Bela, com problemas também. Diante dos lucros da Vale, 65 milhões ou 4,1 bilhões são bagatelas. Marabá merece muito mais. Parece coisa dos povos primitivos porém cada vez mais confirmado pela ciência: para que a terra continue generosa conosco, devemos ser generosos com ela. Muito obrigado Zé Dudu, seu blog é rico de informações da nossa querida região e do estado do Pará. Até…