Diretores da Vale reuniram-se na noite da quarta-feira, 12, com diretores da ACIP – Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas – com o objetivo visível de tranquilizar empresários, possíveis fornecedores na obra, que, segundo a mineradora, deverão ter prioridade no fornecimento de produtos e serviços para a construção do Ramal Ferroviário da EFC (Estrada de Ferro Carajás).
Sidney Oliveira, líder de suprimentos da Vale, explicou que agora, para o inicio das obras de construção do Ramal Ferroviário, a mineradora está em fase da contratação da empresa, com expectativa de que no início do segundo semestre deste ano já comece a construção dos canteiros e estradas de acesso; e logo em seguida a construção do ramal que deverá se estender até o final de 2015. “Queremos que no inicio de 2016 os trens estejam rodando sobre estes trilhos”, planeja Sidney.
Sobre a atração de pessoas, grande parte sem qualificação profissional, Sidney explicou que para isto estão sendo ofertados cursos profissionalizantes e treinamentos para pessoas da comunidade, preparando-as nem só para as obras e serviços da Vale, mas para os empregos indiretos que consequentemente irão surgir em virtude da construção do ramal ferroviário.
“Depois que terminar a obra estas pessoas serão aproveitadas em outras frentes de trabalhos podendo ser, inclusive, em toda a área de influência da Vale”, tranquiliza Sidney, mensurando que 80% da mão de obra a ser usada na obra será local.
O presidente da ACIP, Oriovaldo Mateus, avaliou como um grande avanço esta obra e lembra que ajudou na implantação da Mina de Carajás em 1982, cuja previsão de produção, na época, era de apenas 15 milhões de toneladas/ano. “Hoje este mesmo projeto saltou para 140 milhões de toneladas/ano. Com ele nasce um novo projeto em Canaã dos Carajás com capacidade para produção de 90 milhões de toneladas, o que faz de nosso município, e outros da região, os maiores produtores de minério do mundo”, afirmou Oriovaldo, qualificando como necessária a extensão da ferrovia para escoar toda esta produção; o que, em sua opinião, trará mais emprego e renda para a população local.
Quanto o pós obra, quando deverão ser dispensados muitos trabalhadores, ele tranquiliza contando que a ACIP está buscando a criação de novas matrizes econômicas exatamente para épocas com estas, podendo assim absorver esta mão de obra.
Preocupações imediatas – No encontro realizado ontem, na sala de reuniões da sede da ACIP, após a exibição de slides com os detalhes da obra foi a vez dos empresários fazerem perguntas aos diretores da mineradora, defendendo cada um seus respectivos segmentos.
Charles Cruz, diretor da Minas Pará Metalurgia, diz entender que as conversas com a Vale têm criado boas expectativas para seu segmento e diz acreditar que, com boa articulação, possa participar da construção do ramal com chances de, além de contribuir, absorver parte dos lucros.
“Creio que este projeto seja mais uma oportunidade que teremos de negócio e espero que sejamos de fato contemplados”, planeja Charles.
Empresário no ramo de britagem e concretos, Imberto de Araújo Costa é outro que espera participar como fornecedor na execução da obra. “Existem alguns ajustes a serem feitos, mas as conversas estão acontecendo e em todas elas os fornecedores locais do meu segmento têm tido atendidas suas reivindicações”, assegura Imberto, acrescentando que agora é só encontrar um ponto de equilíbrio para este fornecimento acontecer.
Sobre o Ramal Ferroviário da EFC
Uma obra prevista para 33 meses de execução, cujo início só aguardava a liberação da LI – Licença de Implantação – já emitida pelo IBAMA.
Para o inicio das obras de construção do Ramal Ferroviário, a mineradora está em fase da contratação da empresa, com expectativa de que no inicio do segundo semestre deste ano já comece a construção dos canteiros e estradas de acesso; e logo em seguida a construção do ramal que deverá se estender até o final de 2015.
O Ramal Ferroviário passou por análises do poder público e da sociedade civil organizada que participaram de audiências públicas e discussões sobre o assunto buscando um consenso.
O ramal terá 85,4 km de extensão e integrará, através de um sistema multimodal, rodoferroviário, o escoamento dos diferentes produtos da região, integrando ao corredor de exportação Norte, através de interligação com a Estrada de Ferro Carajás (EFC), o Porto de São Luís e os diversos empreendimentos da mineradora na região.
A ferrovia cortará uma faixa do perímetro urbano à altura do Centro de Formação Paroquial, na rodovia PA-160, sentido Canaã dos Carajás; a rodovia PA-275, próximo ao loteamento Nova Carajás, saída para Curionópolis; passará aos fundos do Bairro Minha Casa Minha Vida, nas proximidades do Projeto Pipa; e irá até a EFC, no bairro Palmares Sul.
As exigências feitas pela prefeitura de Parauapebas, um investimento total de R$ 250 milhões ao longo de cinco anos, implica em investimentos sociais, meio ambiente, saúde, educação, moradia e uma nova matriz econômica que possa preparar a região para o pós mineração. Número que significa 0,2% do lucro que a Vale obteve só no primeiro trimestre de 2011, que, conforme anunciado por ela mesma, foi de R$ 11,29 bilhões.
O número de trabalhadores envolvidos na construção do Ramal Ferroviário chegará a 5 mil, segundo informações da própria mineradora, que planeja ainda contratar pelo menos 80% deste nos municípios por onde passarão os trilhos; destes apenas 600 continuarão trabalhando na manutenção da ferrovia, as demais pessoas, se não forem criadas antecipadamente alternativas, ficarão à mercê de oportunidades que poderão não existir.
Os números do IBGE dão conta que cada vaga aberta atrai pelo menos outras cinco pessoas. Com base neste cálculo a construção do ramal ferroviário atrairá perto de 25 mil pessoas para Parauapebas e municípios vizinhos, número que nem o próprio projeto deverá absorver.
Exigências – A comissão de trabalho composta por representantes de várias secretarias municipais apresentou à Vale, em reunião realizada no Rio de Janeiro, várias propostas das quais algumas merecem destaque:
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transformação do novo Hospital Municipal de Parauapebas em hospital regional universitário, com área para estágio e residência para futuros formandos da faculdade de medicina a ser criada.
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Construção do aterro sanitário, com usina de reciclagem e aproveitamento de lixo, cuja área a prefeitura já teria comprado longe do centro urbano.
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Outras parcerias, como melhoria na infraestrutura urbana e apoio a políticas culturais voltadas para a juventude, também foram apresentadas à Vale.
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Implantação de um polo universitário tecnológico, em parceria com a Universidade Federal do Pará, disponibilizando pelo menos 14 cursos regulares, o que seria ganho para a população e ainda para a Vale, que lucraria com a mão de obra qualificada na própria região.
Duas obras foram confirmadas pela direção da Vale na reunião com os empresários e deverão ser iniciadas imediatamente. Trata-se da duplicação da Estrada Faruk Salmen, no trecho compreendido entre a Delegacia de polícia Civil e a Vila Palmares Sul, e a construção do polo universitário, cujas obras custarão a cifra de R$ 43 milhões.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ACIP
5 comentários em “Vale se reúne com diretores da ACIP e detalha construção do Ramal Ferroviário”
É verdade. Mateus e humberton, só para nós… A acip é para uso de beneficio próprio. Acabou aquela acip que defendia, lutava, conclamava . Hoje é assim vamos tirar proveito e bonieficio próprio . E pra u trabalhar , se o tempo pass devagarinho, devagarinho.
O Humberto junto com o Mateus sabe o caminho das pedras!
RAPOSAS DE OLHO NAS LUVAS !
PENA AQUI SE PRODUZ MINERIO!
AS UVAS VÂO CONTINUAR ESPERANDO!
Vamos reparar alguns equívocos.
“O presidente da ACIP, Oriovaldo Mateus, avaliou como um grande avanço esta obra e lembra que ajudou na implantação da Mina de Carajás em 1982, cuja previsão de produção, na época, era de apenas 15 milhões de toneladas/ano. “Hoje este mesmo projeto saltou para 140 milhões de toneladas/ano. Com ele nasce um novo projeto em Canaã dos Carajás com capacidade para produção de 90 milhões de toneladas, o que faz de nosso município, e outros da região, os maiores produtores de minério do mundo” (…).”
Observação: A produção de minério de ferro saltou de 1 milhão de toneladas em 1985 para 106,8 milhões de toneladas em 2012. O recorde de produção foi em 2011: 109,8 milhões de toneladas. Em 2016, a previsão é de que S11D comece produzindo 90 milhões de toneladas por ano, mas até 2020 a produção deverá chegar a algo entre 120 e 126 milhões de toneladas, segundo o Relatório de Produção da Vale divulgado em fevereiro deste ano.
“As exigências feitas pela prefeitura de Parauapebas, um investimento total de R$ 250 milhões ao longo de cinco anos, implica em investimentos sociais, meio ambiente, saúde, educação, moradia e uma nova matriz econômica que possa preparar a região para o pós mineração. Número que significa 0,2% do lucro que a Vale obteve só no primeiro trimestre de 2011, que, conforme anunciado por ela mesma, foi de R$ 11,29 bilhões.”
Observação: Os R$ 250 milhões sobre o lucro de R$ 11,29 bilhões da Vale implicam percentual de 2,2%. A conta é fácil: divide-se 250 por 11.290 e multiplica-se o resultado por 100.
Verdade. Gostei do comentário.