Começa o segundo semestre, abrem-se as cortinas da política local e há pouco mais de um ano da eleição que escolherá o sucessor de Darci Lermen, os trabalhos visando as parcerias para 2012 já começam a ser alinhavados.

Quem espera ver uma campanha polarizada entre o candidato do atual governo e outro da oposição deve perder essa esperança. Pelo menos por enquanto o que se ouve dizer é que pelo menos uma dezena de políticos já manifestou o desejo de concorrer.

Candidato mesmo, aquele que já está com a pasta com documentos aguardando a abertura para registro de candidatura, só o Sr. Walmir da Integral. Embasado na boa votação que teve nas eleições de 2010, o pedetista tentará ratificar essa boa votação e os números que as extemporâneas pesquisas extra-oficiais lhes concedem. É um bom candidato, daqueles que faz o que o eleitor menos esclarecido gosta, cumprimenta todos, anda em carros sem película, é sempre solícito e agradável com as pessoas. Corre contra si a fama de não fechar os compromissos eleitorais de pronto, fato que determinou a sua ausência no processo político de 2008 e que pode perseguí-lo quando do fechamento das alianças para 2012. Lembrando o velho ditado: “gato escaldado com água quente, da fria tem medo”. Quem sabe desta vez ele seja mais ágil e escolha logo o caminho a seguir.

Outro nome que volta a ser mencionado é o de Bel Mesquita. Atual Secretária Nacional de Política para o Turismo, Bel foi por duas vezes prefeita de Parauapebas, deputada federal e é a representante do Pará no governo Dilma Rousseff. Pessoalmente, eu achava que Bel não iria deixar a pasta do turismo para disputar uma eleição contra o candidato da presidente, todavia, com a agora constante peregrinação de seu amigo e ex-secretário, Welney Lopes de Carvalho a Parauapebas, ficou evidente que Bel Mesquita está na briga, sendo inclusive bem cotada nas tais pesquisas extra-oficiais. Mas não pensem que somente o carisma de Bel é suficiente para que a mesma entre no páreo em condições de vencer. Ela perdeu boa parte do seu grupo político e terá que reconstruí-lo em tempo hábil para se habilitar à cobiçada vaga do Morro dos Ventos. Tarefa difícil, mas não impossível.

Sem ainda definir um nome e tampouco tê-lo naturalmente construído ao longo dos dois mandatos, o candidato do PT é, e será sempre, um candidato com reais chances de vitória. Não se pode esquecer que o eleitorado de Parauapebas conta com cerca de 30% de filiados e/ou simpatizantes da legenda do PT, fiéis seguidores das cartilhas petistas, não sendo demais dizer que esse eleitorado votaria até em um poste se tal fosse o candidato do partido. Aliado a isso, teremos, indubitavelmente o peso da máquina do governo trabalhando em prol do escolhido e, só por isso, tal escolhido deve sempre estar no topo da relação para a sucessão de Darci. Dizem que a PMP tem hoje mais de R$120 milhões em caixa e é notório que ela começa a abrir a caixa de ferramentas. Dezenas de obras deverão ser doravante inauguradas, fato que fortalecerá, e muito, o candidato da situação. Mesmo sem decidir um nome, o PT aposta na falta de memória da população e na satisfação do eleitor em ter sua rua asfaltada, com saneamento básico, meio-fio e outros benefícios. Os mais exaltados oposicionistas diriam: – desta vez não! Contudo, é assim no Brasil desde que o mundo é mundo e penso que não será diferente. Quanto aos nomes, o PT deve escolher entre Coutinho, Euzébio, Antônio e Raimundo Neto, Leônidas Mendes e Hernandes Margalho. O atual deputado Milton Zimmer, mesmo já tendo declarado que não disputará a eleição em 2012, é um nome de peso dentro do partido.

Há anos-luz dos pré-candidatos já citados encontram-se os do baixo clero, alguns com alguma chance, seja pelo carisma ou por uma boa base político/financeira. Senão vejamos:

José Rinaldo – ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Parauapebas, Zé Rinaldo tem o apoio de boa parte dos comerciantes e do partido do governador, o PSDB. Em minha opinião seria um candidato viável se tivesse se preparado politicamente para isso. Apesar do bom trabalho quando esteve à frente da ACIP, Zé não tem, hoje, o carisma necessário para disputar em condições de igualdade com Bel, Walmir e com o candidato petista, sendo este seu ponto mais fraco, apesar de todo aporte financeiro que o PSDB possa dar ao pretenso candidato.

Roque Dutra – Olhando a candidatura para prefeito em 2012 através de um binóculo, Roque é o atual Secretário de Urbanismo de Parauapebas e uma das cabeças pensantes do atual governo. Com uma baixíssima rejeição, o pepista deve ser a carta escondida na manga caso o PT não consiga viabilizar harmonicamente um candidato e opte por lançar um candidato da base aliada. Teria o mesmo apoio da máquina e de boa parte do eleitorado petista. Contra si pesa também a falta de carisma eleitoral, apesar de ser uma pessoa de bom trânsito junto ao eleitor.

Restam ainda alguns nomes, que em minha opinião deveriam, e até alguns o farão, se candidatarem à Câmara de Vereadores, onde as chances são muito boas. Entre eles Ávila, Rui Hidelbrando, Dr. Charles, Dr. Hipólito, Marden e Chico das Cortinas.

Claro que ainda é muito cedo para traçar aqui conjecturas reais. A política muda a cada minuto, a cada encontro, a cada conversa. Atualmente, em minha opinião, o quadro que se apresenta é esse, gostem ou não. Quem estiver deitado em berço esplêndido achando que já ganhou deve ir imediatamente às ruas pois o processo está só começando, muita água passará debaixo da ponte e todos devem estar preparados para o momento crítico em outubro, a hora de ver “quem tem garrafa seca pra vender”. Boa sorte a todos!