O orçamento de praticamente R$ 2 bilhões para o ano de 2024, em Marabá, contrasta com o que a prefeitura prevê investir na área de turismo: apenas R$ 281.574,19. É a secretaria municipal mais “pobrezinha” na divisão do bolo, quando se analisa a receita corrente líquida prevista para o próximo ano.
Esse contraste foi tema de debate entre os vereadores durante a sessão ordinária desta terça-feira (14), na Câmara Municipal de Marabá. Quem iniciou o assunto foi o vereador Márcio do São Félix (PSDB), que manifestou entusiasmo ao relembrar a Lei Orçamentária para 2024, que tramita naquela Casa de Leis.
“Para quem prega crise, queda em arrecadação, vislumbramos um cenário otimista para o próximo ano. Mas tudo ainda é previsibilidade. Dentro dos direcionamentos feitos pelo Executivo, chama a atenção, principalmente, o recurso para a Secretaria de Turismo. O Pará vive um momento diferente, com tendência de atrair turismo mundial. O governador tem conseguido levar o estado ao conhecimento de todos. Ele prevê que o Pará está se preparando para receber 70 mil turistas de todo mundo para a COP30,” recorda.
Márcio citou vários atrativos turísticos que Marabá possui, como rios, praias, floresta, fauna rica, turismo de eventos – religioso e de negócios. “Houve vários avanços na estrutura da cidade, mas o orçamento de Marabá para o turismo é pouco demais,” lamentou.
O parlamentar relembrou que, no início da gestão atual, queriam transformar a Secretaria de Turismo em departamento, mas a Câmara agiu e não deixou. Apesar disso, acabou sendo incorporada pela Secretaria de Indústria e Comércio.
“Turismo não é a pauta do governo municipal. Mas não é porque não gosta, que não pode e não deve dar atenção. Turismo gera emprego, renda e atende a maior quantidade de pessoas. É uma ignorância destinar apenas R$ 281 mil apenas para o turismo. Precisamos de um orçamento digno do porte de nossa cidade,” destacou.
Ratificando a ideia do colega, o vereador Ilker Moraes (MDB) reconheceu que o orçamento de Marabá para o próximo ano precisa ser reavaliado. Para ele, é inconcebível que o orçamento da Secretaria de Turismo seja de apenas R$ 280 mil.
“Precisamos fazer justiça, como fizemos lá atrás com a Secretaria de Agricultura, que só recebia verba de custeio da folha de pagamento, praticamente. Precisamos ter consenso do Parlamento para rever essa aberração. Todos nós sabemos do potencial que temos no segmento de turismo e precisamos atrair pessoas para cá e recebê-las bem. Precisamos fazer esse movimento coletivo para resolver esse impasse,” disse Moraes.