O tempo literalmente fechou durante uma reunião entre vereadores e a cúpula da Defesa Civil de Marabá. A reunião visava discutir informações desencontradas sobre número de famílias desabrigadas, metodologia no atendimento aos flagelados, mas acabou enveredando para troca de farpas, acusações mútuas e apontando para um cenário de vigilância e cobranças permanentes a partir de agora por parte do Legislativo.
Até mesmo o presidente da Câmara, Pedro Corrêa, que geralmente é sereno, acabou sendo severo com as palavras e repreendeu os responsáveis pela Defesa Civil Municipal em várias oportunidades, uma vez que tentavam medir forças com o Poder Legislativo.
A reunião em questão aconteceu na Sala de Comissões da Câmara, no final da tarde da última segunda-feira, 2, e dela participaram Jairo Milhomem e Adeilton Cortez, coordenador e técnico da Defesa Civil, respectivamente, além dos vereadores e a secretária Nadjalúcia Oliveira, além dos vereadores Priscila Veloso, Gílson Dias, Alecio Stringari, Cabo Rodrigo, Tiago Koch, Badeco do Gérson, além do presidente Pedro Corrêa.
Os vereadores queriam uma exposição das ações que o Poder Executivo vem realizando em assistência aos desalojados e desabrigados pelas cheias dos rios Itacaiunas e Tocantins.
Jairo Milhomem deu a primeira alfinetada, dizendo que enviou ofício à Câmara pedindo ajuda em dinheiro aos flagelados e alegou que nunca recebeu resposta. O presidente da Câmara respondeu na bucha e lembrou que é vedada ao Poder Executivo destinação de verba para ações do Executivo e que não acreditava que Jairo não sabia disso. Pedro disse que responderia o ofício da Defesa Civil, mas com cópia para o prefeito Tião Miranda.
Passado o primeiro round, o segundo veio com outros dois atores. De um lado, o assessor de Jairon, Adeilton Cortez, respondeu rispidamente ao vereador Gilson Dias, quando este pediu mais tato ao lidar com a comunidade flagelada e disse que havia muitas críticas ao trabalho de Cortez, a quem denominou “incortez”. Houve momentos de tensão e, para confirmar a opinião de Gilson, Adeilton abandonou a discussão e a reunião e foi embora de forma deselegante.
Pedro Corrêa disse que tem muito respeito por todos da Defesa Civil, e que os vereadores não foram responsáveis pela forma como a Defesa Civil foi deixada na gestão passada. Lembrou que já foi gestor e que todos que estão à frente de um cargo público precisam ter equilíbrio emocional, o que estaria faltando para o coordenador da Defesa Civil do município.
Lembrou que a função do Legislativo é cobrar e do Executivo é realizar. “Um representante do Executivo não pode se sentir ofendido quando criticado. Toda vez que surge um problema ele é discutido nesta Casa. A função da Câmara não é dá cesta básica ou oferecer combustível, mas sim verificar e fiscalizar a situação das ações do Executivo como um todo”, advertiu, avaliando que a conduta do coordenador não estava sendo respeitosa.
Nadjalúcia disse concordar com os vereadores de que é preciso melhorar a metodologia de atendimento, com cadastros nos bairros, principalmente nas áreas mais alagadas.
1 comentário em “Vereadores repreendem cúpula da Defesa Civil por falhas em atendimento aos desabrigados”
À princípio tem-se a impressão que o Sr. Jairo Milhomem não entende de procedimentos no âmbito do universo público. Como e para quê enviar solicitação de modo oficial para a CMM solicitando recursos ? Ora, tal pedido deveria ser encaminhado ao Executivo, que é o ente executivo de verbas. Ademais, destratar semelhantes numa situação de extrema carencia, é deveras inaceitavel e demonstra falta de sensibilidade para o mister.