Duas adolescentes protagonizaram uma verdadeira confusão na noite desta terça-feira, 24, em frente a Escola Estadual de Ensino Médio João Nelson dos Prazeres, em Canaã dos Carajás.
As duas, que não tiveram suas identificações divulgadas, haviam saído das dependências da instituição quando começaram a se agredir. Um vídeo gravado por outro estudante está circulando nas redes sociais. Nele é possível ver outros jovens gritando a aplaudindo a agressão. Nas imagens, nota-se que a estudante que aparece uniformizada está armada com uma faca. Logo em seguida, do braço da adolescente de blusa preta, o sangue começa a escorrer. Quando percebem que a briga ficou séria demais, os colegas começam a separar as duas.
Ao notar o sangramento, a estudante ferida desmaia e a gravação é interrompida. Ainda não se sabe o que causou a briga entre as duas adolescentes.
https://youtu.be/aggFx2xsIjk
Para o psicólogo Wagner Caldeira, consultado pelo Blog sobre a violência nas escola, “as brigas entre escolares, dentro e fora da escola, sempre existiram. A questão central aqui nessa briga, e em outras que temos visto, é como se resolvem essas contendas. O que observo é que cada vez menos os jovens recorrem ao diálogo e mais à violência física. Isso porque a infância de hoje tem pouquíssimos espaços de socialização, de encontro e de negociação de seus dilemas. Uma infância passada na frente da TV ou tablet (como a gente tem visto com muita frequência hoje em dia) é uma infância que não aprendeu o valor do diálogo e tende a resolver tudo eliminando o mais rápido possível a situação de conflito“.
A coordenadoria pedagógica da escola informou que o Conselho Escolar já foi acionado e deve decidir em uma reunião prevista para acontecer na noite desta quinta-feira, 26, se as estudantes permanecerão ou não na escola.
Violência entre alunos
Conforme Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas produzido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em parceria com o Ministério da Educação, publicado em 2017, 69,7% dos jovens afirmam terem visto algum tipo de agressão dentro da escola. Em 65% dos casos, a violência parte dos próprios alunos; em 15,2% , dos professores; em 10,6%, de pessoas de fora da escola; em 5,9%, de funcionários; e em 3,3%, de diretores.