Canal de televisão de Belém divulgou ontem, quinta-feira (14), vídeo que mostra os últimos minutos de vida do jovem José Allan Macedo do Amaral, 28 anos. Ele foi assassinado em Marituba, Região Metropolitana de Belém, na madrugada último domingo (10), quando retornava para Parauapebas, com o amigo Rafael Wilker Silva, 25 anos. Os dois saíram da cidade, rumo à capital na quinta-feira (7) e a execução aconteceu no retorno.
José Allan foi executado a tiros, no porta-malas do próprio carro, e Rafael obrigado a trazer o corpo do amigo, no mesmo veículo, até Marabá, onde entregou o cadáver para a família. No vídeo, Allan aparece, primeiramente, sendo interrogado por um homem que não mostra o rosto e do qual só se ouve a voz.
Num segundo momento, José Allan já está deitado no porta malas, já bastante machucado em razão de sessão de tortura, conforme narra a pessoa que comanda as ações.
O rapaz teve envolvimento com o tráfico em 2015 e, segundo a notícia divulgada pelo canal de televisão, ele foi julgado pelo tribunal do tribunal do crime. No vídeo exibido pelo canal de TV, acontece o seguinte diálogo, antes da execução:
Desconhecido — A parada é o seguinte, entendeu? A conversas dele, normal, tá aqui, ó. Aqui, ó. Ele usa GB, ele usa GB. Então, no fato ele esconde aqui, ó. E aqui tem senha, já torturamo ele mil grau, ele não quer tirar essa senha aqui, entendeu, meus irmão? Creio que todos os irmão tejam pegado a visão. Se não tivesse nada ele ia tirar a senha. Até porque, quem usa WhatsApp GB sabe, que pa ocultar, tem que criar uma senha. Pa quem tu passa a droga?
José Allan — Não, eu só passo pra colega meu, não tem ninguém…
Desconhecido — Só colega teu. Tu é da onde?
José Allan — Eu sou lá de Parauapebas.
Desconhecido — Parauapebas? Qual é o bairro que tu é e lá?
Allan —Beira Rio. Em frente à rodoviária.
Desconhecido — Beira Rio? Em frente à rodoviária é? Manda ele ligar o carro, manda ele ligar o carro. Vê se o carro tá prestando, esse cara deu… [Nesse momento é possível ouvir o barulho do motor do carro dando partida e o vídeo é cortado, não mostrando o momento do assassinato. Os erros de português na transcrição reproduzem a fala do desconhecido literalmente].
(Caetano Silva)