Por Dr. Ricardo Wagner(*)
Hoje falaremos sobre o fibroadenoma, o tumor mais frequente da mama e que pode se desenvolver em qualquer idade, ocorrendo frequentemente em adolescentes e menores de trinta anos. É um tumor benigno, conforme explicado em postagem anterior, sobre miomas. Sua causa é desconhecida, mas assim como os miomas, acredita-se que pode estar relacionada aos hormônios reprodutivos. O fibroadenoma de mama aparece como um nódulo duro que não causa dor ou incômodo, semelhante a uma bolinha de gude. Ele raramente vira câncer e, na maioria dos casos, não necessita de tratamento específico, podendo desaparecer após a menopausa.
No exame da mama, o fibroadenoma é um tumor de forma arredondada, duro ou com consistência de borracha, c que se move de um lado para outro, não ficando agarrado ao tecido que o rodeia; tem um tamanho de 2 a 3 centímetros. Por essas características, ele é muitas vezes palpável, tanto pelo médico como pela paciente.
Então se você notou um mais caroço na sua mama a primeira providência antes de se desesperar é procurar um médico, principalmente para afastar o câncer de mama, pois ele também é um nódulo indolor só que com algumas características diferentes do fibroadenoma. Mas qual médico procurar? Você pode procurar um desses 4 especialistas: mastologista, ginecologista, cirurgião oncológico ou oncologista.
Eles irão examinar sua mama e dependendo da idade irão pedir alguns exames, os principais são a mamografia e a ultrassonografia da mama. Se tiver mais de 40 anos fará os 2 se menos talvez só o ultrassom resolva. Mas porque fazer exames e não tirar logo este nódulo. Primeiro porque pode não ser nada, segundo pois você pode ter outros nódulos que não sejam palpáveis e por último pois além deste nódulo você pode ter um câncer que ainda não consegue sentir nesta mama ou na outra, por isso temos que fazer uma investigação completa das duas mamas.
E qual é o melhor tratamento para o fibroadenoma? Isto dependerá das características do nódulo e das características da paciente. Lesões pequenas, que não são dolorosas podem ser acompanhadas clinicamente, sem a necessidade de cirurgia, mas devem ser acompanhadas com mamografias e ultrassonografias anuais para vigiar o desenvolvimento do nódulo. Lesões maiores e que levem a defeito estético e/ou a paciente deseje remover são melhor abordadas com a cirurgia. Porém, caso o médico suspeite que o nódulo seja câncer em vez de fibroadenoma, pode recomendar cirurgia e fazer uma biópsia que confirme o diagnóstico.
E porque não devemos tirar os nódulos? Primeiro porque a cirurgia pode distorcer a forma e a textura da mama; segundo o fibroadenoma pode diminuir ou desaparecer por si só; e por último porque a mama pode ter vários fibroadenomas e mesmo após sua retirada outros nódulos podem surgir e a paciente ficaria sendo cortada com frequência. Por tanto a cirurgia só deve ser utilizada em casos de suspeita de câncer da mama. Mas se a forma do nódulo se alterar ou se ele estiver crescendo pode ser necessário removê-lo.
Então façam o autoexame mensalmente, consultem com um ginecologista anualmente e durante a consulta peça para que ele também examine suas mamas e após os 40 anos façam a mamografia anualmente.
( * ) – especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira – AMB – e pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia – FEBRASGO. Atende em Parauapebas na Rua C, nº 300, esquina com Rua 4, bairro Cidade Nova.