Passados 773 dias desde a posse, em 2017, o prefeito de Parauapebas, Darci José Lermen (MDB), ainda não disse a que veio. Empacada sabe-se lá em quê, a administração não deslancha e os índices de rejeição, tanto pessoal quanto do governo, estão altos demais para que Darci invista em uma reeleição em 2020.
Emparedado pelo Legislativo, que pressiona em busca de nomeações, o atual governo sequer faz alarde quando as trocas no comando de secretarias acontecem. A última, na Secretaria de Educação, quando Raimundo Neto foi trocado por Luiz Vieira, sequer foi comunicada oficialmente pela Assessoria de Comunicação.
Quando um governo está mal avaliado, é normal que ocorram mudanças, e estas visam à melhoria na administração. Portanto, deveriam ser anunciadas como promoções de lojas para que a população tenha aquele sentimento de que “agora vai”.
Não! O governo Darci não fez isso. A troca simplesmente aconteceu. Todavia, o que aparentemente se percebe é que o governo teve — e continua a ter — medo de anunciar. Parece que esta não foi feita com firmeza e que o sentimento do “agora vai” sequer chegou a animar os mais otimistas.
Metade do mandato já foi concluído, e as oportunidades alardeadas durante a campanha eleitoral não aconteceram. Não se vê, a princípio, uma luz no fim do túnel para o governo Darci. Mesmo sendo conhecido como “encantador de serpentes” e político eficiente no trato com o eleitor, o prefeito Darci terá muitas dificuldades para mostrar que merece mais quatro anos.
Para não ser leviano, é necessário dizer que, nestes dois anos, Darci foi um batalhador no que tange a aumentar a arrecadação do município. Foi porta-voz dos prefeitos na luta para a elevação dos percentuais da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), que melhorou significativamente a arrecadação, assim como incrementou anualmente os índices destinados ao município relativos à cota-parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com isso, Parauapebas está financeiramente pronto para receber as obras que trarão as oportunidades anunciadas durante a campanha. Um pouco tarde, diga-se, mas ainda há tempo de reverter esse quadro assustador pelo qual passa a gestão.
Oxalá as coisas mudem! Não há motivos para ser pior que está ou persistir com um governo tão sem iniciativa, já que, no mínimo, muito se espera de uma administração sem problemas com dinheiro.