A mina de Serra Leste, no município de Curionópolis, está longe de ser a principal operação da multinacional Vale no Pará, mas ela tem seus méritos. E são muitos. Depois de uma turbulenta paralisação, por conta de questões burocráticas e cujos efeitos foram por demais deletérios à economia local, o projeto retornou com força total e já está rendendo frutos, pelo menos, para sua dona, a Vale.
No balanço de produção física recém-divulgado pela gigante do minério de ferro, Serra Leste aparece com contribuição de 1,1 milhão de toneladas (Mt) no primeiro trimestre deste ano. Pode parecer pouco diante de uma produção regional em Carajás que se aproxima de 200 milhões de toneladas, mas esse “milhãozinho” de tonelada vindo de Curionópolis faz diferença porque os primeiros três meses do ano são um período em que geralmente a Vale pisa no freio em razão das chuvas que se abatem sobre Carajás e fazem a produção física tombar.
Como exemplo, de janeiro a março deste ano, a mina de S11D, na Serra Sul, em Canaã dos Carajás, viu a produção despencar 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado e 22,4% em relação aos últimos três meses de 2020. S11D rendeu 16,99 Mt este ano ante 18,42 Mt no começo de 2020.
Já o conjunto de minas da Serra Norte, situadas em Parauapebas, reportou 24,2 Mt este ano, mais que as 21,48 Mt do ano passado e muito menos que a produção do último fim de ano. Ao todo, a produção de minério de ferro paraense no primeiro trimestre deste ano ficou em 42,29 Mt, abaixo das 53,05 Mt registrados pela Vale nos últimos três meses de 2020, mas acima do mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 39,9 Mt. A mina de Serra Leste contribuiu, sozinha, com praticamente 50% da produção excedente no comparativo com 2020.
De acordo com a Vale, o desempenho da produção paraense foi sólido em razão dos menores níveis de chuva em janeiro sobre as minas de Parauapebas e devido à retomada de Serra Leste em dezembro de 2020. A produção de S11D foi afetada por manutenções programadas.
Planejamento da Vale para o Pará
A mineradora comunicou ao mercado que estão em curso licenciamento e abertura de novas frentes de lavra, bem como avança a construção dos projetos do Gelado, Sistema Norte 240 Mtpa e Serra Sul 120 Mtpa. Nos primeiros três meses deste ano, a multinacional centrou esforços para aprovação, pelo Conselho de Administração, do desenvolvimento da abertura da frente de lavra na mina de N3, além do licenciamento e abertura das minas de N1 e N2.
Ainda este ano, lá pelo terceiro trimestre, a Vale deve fazer a instalação de britadores móveis em Serra Leste. E, entre este ano e o próximo, deve instalar novos britadores para processar corpos minerais de jaspilito no S11D.