O voluntariado empresarial tem ganhado força no Brasil, com um número crescente de empresas incentivando o engajamento de seus colaboradores em ações voltadas ao meio ambiente e à melhoria da qualidade de vida das comunidades. Criado há 16 anos, o Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) reúne 28 grandes empresas, institutos e fundações, de variados setores como Finanças, Bens de Consumo, Energia e Mineração e percebe que os programas de voluntariado corporativo têm se integrado cada vez mais às estratégias de ESG, com iniciativas alinhadas aos objetivos das companhias e ações consistentes.
Um levantamento realizado pelo CBVE em 2023 revelou que, em 50% das empresas, as ações de voluntariado são desenvolvidas pelas áreas de Responsabilidade Social ou Sustentabilidade. Em 2020, esse índice era de 37%. Já na área de Recursos Humanos, a proporção diminuiu de 21% em 2020 para 5,6% em 2022. Outros 22,3% das empresas mantêm seus programas de voluntariado sob a responsabilidade de Fundações ou Institutos.
Segundo os associados do CBVE ouvidos, os principais benefícios de desenvolver esses programas nas empresas incluem gerar ‘orgulho de pertencer’ nos empregados, um melhor clima organizacional e a contribuição para um legado positivo das comunidades locais. Também são citados ganhos reputacionais e de imagem e contribuição para atração e retenção de talentos.
“Programas de Voluntariado Empresarial impulsionam ações estruturadas, que tem cada vez mais se relacionado ao propósito das empresas, contribuindo para potencializar suas estratégias ESG”, explica Ednei Fialho Lopes, porta-voz do CBVE.
O aumento da robustez desses programas é evidenciado pela criação de equipes dedicadas ao seu desenvolvimento e pela alocação de orçamentos específicos, práticas adotadas por todas as empresas associadas ao Conselho. Nos últimos dois anos, o número de voluntários aumentou 50%, chegando a cerca de 54 mil pessoas, o que equivale a 11% dos empregados das empresas consultadas. Além disso, 77,8% das empresas afirmaram que a alta liderança, incluindo gerentes, diretores e até presidentes, está presente em ações pontuais de voluntariado, enquanto 16,7% relataram uma participação mais intensa desses líderes.
Um dos associados ao CBVE é a Rede Voluntária Vale (RVV), que conecta cerca de oito mil voluntários, entre empregados, fornecedores e familiares da mineradora. Em 20 anos de atuação, impactou aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. Vinculada à área de Sustentabilidade, a RVV desempenha um papel crucial na aproximação da empresa com as comunidades onde opera, promovendo ações de assistência emergencial, educação, geração de renda e apoio ao fortalecimento de entidades sociais.
Com o suporte da empresa e o trabalho em rede com seus colegas, o voluntário se percebe como um protagonista da transformação da comunidade onde vive. Para Raimundo Barbosa, supervisor de operação ferroviária da Vale em Marabá, o trabalho em rede é uma corrente do bem. Ele conta que influenciou sua esposa e mais de cem colegas a atuarem como voluntários para campanhas de doação de sangue, arrecadação de alimentos para a campanha Natal sem Fome da ong Ação Cidadania, liderada pela RVV, e também ações na comunidade como dedicar tempo de escuta no Lar São Vicente, que acolhe idosos. “Mais do que campanhas de arrecadação, doamos tempo de qualidade, ouvimos suas histórias de vida, e isso faz toda a diferença. O convite para ser voluntário uma das melhores coisas que me aconteceu”, relata Barbosa.
“A Rede Voluntária Vale nos ensina muito sobre a força da solidariedade e da atuação coletiva. E é disso que precisamos para encontrar soluções inovadoras para os imensos desafios sociais. Nos territórios onde a Vale atua, temos, cada vez mais, um grupo diverso e engajado na busca por maior justiça social”, comenta Pamella De-Cnop, diretora-executiva da Fundação Vale e gestora da RVV.
(Ascom Vale)