A história do Correio do Tocantins

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A história do Jornal CORREIO DO TOCANTINS começou bem antes mesmo do ano de sua fundação, 1983. Transcorria o ano de 1974, quando o então comerciante Mascarenhas Carvalho da Luz, um jovem piauiense que chegou no início daquela década à cidade, foi convidado a escrever uma coluna no jornal “O Marabá”, de propriedade do jornalista Antônio Sarmento Júnior.

Sarmento viu em Mascarenhas uma pessoa muito bem relacionada e mais bem informada ainda, e propôs que aquele comerciante de armarinho, bijuterias e aviamentos escrevesse sobre variedades. Assim, nasceu a coluna “M. Carvalho Informa”, que falava do comércio, das promoções sociais que aconteciam na cidade e das novidades que Marabá registrava no seu cotidiano.
A coluna fazia muito sucesso pelo caráter informativo de seu conteúdo e passou a ser umas das mais lidas seções de “O Marabá”. Porém, no final da década de 1970 e início dos anos 1980, Sarmento Júnior decidiu editar um jornal que tivesse mais abrangência na região e assim nasceu o “Aratocan”. Era o começo do fim do semanário “O Marabá”, que ainda circulou por algum tempo e depois cedeu lugar definitivamente à nova publicação.

“Vanguarda”
Admirador do trabalho de Mascarenhas Carvalho, que então já havia sido, como ele mesmo diz, “contaminado pelo vírus do jornalismo”, o jornalista e empresário Osório Pinheiro o convidou para administrar e ser o editor do Jornal “Vanguarda”, uma publicação de caráter estritamente político, pertencente à família Pinheiro.

O convite foi aceito e Mascarenhas administrou e teve sua primeira chance como editor no “Vanguarda”, por mais ou menos um ano, se consolidando cada vez mais como jornalista.

Transcorria 1982 e, mais por questões políticas do que por motivos financeiros, Osório Pinheiro resolveu colocar um ponto final na existência do periódico. Marabá ficou, então, sem um veículo de Comunicação impressa.

Essa carência causou grande desassossego entre os intelectuais e formadores de opinião marabaenses, entre eles Adalício de Macedo, Raymundo Rosa, Frederico Morbach, Mário Mazzini e Aziz Mutran Neto, que, com o fim de “O Marabá” e do “Vanguarda”, ficaram sem ter onde publicar seu artigos, pensamento e poesias. Enfim, sem um veículo de massa em que pudessem expor suas ideias e opiniões, sobretudo acerca da vida política do município.

O começo
Foi então que Mascarenhas Carvalho passou a ser assediado e incentivado – por empresários, leitores de jornal, pessoas interessadas em boa informação e, sobretudo, por aqueles que ficaram sem espaço para expor suas ideias – a editar o próprio jornal.

O comerciante-jornalista, também já apaixonado pela nova atividade, não titubeou e partiu para mais um desafio em sua vida, depois do primeiro, que foi sair do Nordeste para terras desconhecidas do interior da Amazônia.

Assim, no final de 1982 e início de 1983, Mascarenhas Carvalho passou a cuidar dos detalhes para lançar o CORREIO DO TOCANTINS  a começar pela escolha do nome e da logomarca. Esta objeto de um concurso vencido pelo ilustrador belenense Nilson Brasil.

Ao desenhar o pombo-correio com a carta no bico, o artista traduziu exatamente o que Mascarenhas pensou para o novo jornal: uma publicação que levasse as notícias o mais longe que pudesse alcançar.

A primeira manchete
Com tudo providenciado, em 15 de janeiro de 1983 foi lançado o primeiro número do CORREIO DO TOCANTINS , em meio a uma solenidade no antigo Clube de Mães, na Marabá Pioneira, com a presença de autoridades civis, militares e eclesiásticas.

A manchete do primeiro jornal foi “Querem dividir o Pará” e a notícia dizia respeito à formação do Estado do Tocantins, uma vez que os líderes do movimento para a formação da nova unidade federativa queriam anexar a ela boa parte do território paraense, sobretudo da região sudeste do Estado.

Na ocasião, o assunto virou polêmica e o CORREIO DO TOCANTINS  ouviu políticos, empresários e pessoas do povo sobre a intenção dos “tocantinenses”, levantando a questão e fazendo a insatisfação geral repercutir nas altas esferas do poder, freando a intenção de invasão de parte do território do sudeste paraense.

Os profissionais
O jornal começou a circular semanalmente, administrado e editado pelo próprio Mascarenhas, que passou a dividir seu tempo entre a atividade comercial e o jornalismo, e teve sob sua coordenação jornalistas como Carlos Mendes, Eduardo Mendes, Roberto Barbosa, Paulo Carvalho, Antônio Praxedes e Hilmar Cluck, entre outros; assim como os primeiros fotógrafos, Cleonis Carneiro e Miguel Pereira.
No começo, os textos e fotos originais do CORREIO DO TOCANTINS eram enviados para Belém, onde o jornal era diagramado, paginado e impresso. A cada fim de semana, o jornal era aguardado na cidade com ânsia pelos leitores e colaboradores.

Porém, nem toda semana chegava, pois, uma das dificuldades era o transporte: muitas vezes os originais, por equívoco da empresa de transportes, iam parar em outra cidade e se perdiam; noutras ocasiões, eram os jornais já impressos que tomavam caminho diferente de Marabá.
Isso causava transtornos à periodicidade, um dos pontos de honra para Mascarenhas Carvalho. Devido a essas dificuldades, durante um ano, o jornal passou a circular quinzenalmente, voltando depois às edições semanais.

O problema foi resolvido definitivamente no início da década de 1990, quando o CORREIO DO TOCANTINS passou a ser impresso em Marabá, com a compra de uma máquina plana de impressão, que foi a primeira do hoje moderno e completo parque gráfico do jornal. A essa altura, Mascarenhas já havia se desligado do ramo comercial e passou a se dedicar integralmente ao jornal.

O CORREIO DO TOCANTINS passou então a circular duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras. Já no início dos anos 2000, começo do Século 21, Mascarenhas deu mais um grande passo: adquiriu a primeira impressora rotativa do jornal e passou a circular três vezes por semana: às terças, quintas-feiras e sábados.

Novo momento
Mais uma década se passou e hoje, aos 30 anos de existência, o CORREIO DO TOCANTINS conta com excelente quadro de profissionais, porém vive um novo momento, agora editado pela empresa CARAJÁS REDE DE COMUNICAÇÃO LTDA., tem objetivos ainda mais ousados e deve se fortalecer para os próximos anos. Um forte investimento em recursos de impressão, gráfica e em formação de pessoal, deve chegar com todo o vigor, assim como um novo projeto de layout.

Hoje, o CORREIO DO TOCANTINS é lido em todo o sul e sudeste do Pará e diversas outras cidades paraenses, inclusive na capital, Belém. Tem representantes comerciais em Brasília (DF) e São Paulo (SP), além de estar presente na rede mundial de computadores pelo site www.ctonline.com.br e de ter se consolidado como o melhor e mais antigo jornal em circulação fora da capital do Estado

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