Parauapebas: epidemia de Chikungunya lota Pronto Socorro Municipal

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De acordo com a vigilância epidemiológica do município de Parauapebas, 36 casos de Chikungunya foram registrados na cidade durante o mês de janeiro deste ano, o que representa 26% de todas as ocorrências da doença no ano passado inteiro. Em janeiro de 2016, por exemplo, não houve um registro da doença. Porém, esse número pode ser muito maior. De acordo com informações levantadas pelo Blog, estima-se que a cada 10 atendimentos no Pronto Socorro Municipal, sete são de pacientes com sintomas de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, entre elas, a Chikungunya.

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Nos últimos dias, quem tem procurado a referida unidade de saúde, tem se deparado com um grande número de pessoas aguardando por atendimento, mesmo com uma quantidade razoável de médicos disponíveis no plantão. Só nesta quarta-feira (1º) foram realizados 580 atendimentos no Pronto Socorro. Um aumento considerável na procura pelos serviços de saúde já que a média é de 300 atendimentos diários.

Recentemente a Unidade Pronto Atendimento (UPA)  de Parauapebas voltou a funcionar 24 horas por dia. Pacientes com sintomas de Dengue, Zika ou Chikungunya também podem procurar a unidade de saúde para receber pronto atendimento.

Combate aos agentes transmissores da doença

O combate aos mosquitos que transmitem essas doenças, além do Aedes aegypti tem também o Aedes albopictus, é realizado no município pela Coordenação de Vigilância Ambiental, setor da Secretaria Municipal de Saúde. O trabalho é encabeçado pelos agentes de endemias, que percorrem as residências da cidade, nas áreas cobertas, realizando orientação aos moradores, verificação e eliminação de criadouros dos mosquitos e outras ações de combate aos agentes transmissores.

Áreas cobertas são os bairros que os agentes de endemias conseguem realizar o devido acompanhamento. Dos mais de 100 bairros que o município tem, conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semurb), apenas 29 bairros são atendidos diretamente com esse monitoramento, os demais somente são alcançados com ações de mutirões. Dentre os bairros que não são cobertos estão alguns muito populosos: Nova Vida, Morada Nova, Caetanopólis e Jardim América.

Essa realidade não é de hoje e a dificuldade de cobertura se dá pelo crescimento acelerado em Parauapebas e, respectivamente, a insuficiência de pessoal. Para minimizar esse problema foi realizado concurso público, ainda em 2014, ofertando 100 vagas de agentes de endemias, no entanto, 19 dos classificados não foram empossados e oito, depois de tomarem posse, pediram exoneração, conforme informações repassadas pelo coordenador de Vigilância Ambiental, Mickael Gross.

“Temos atualmente 88 agentes de endemias no município. Para conseguirmos atender toda zona urbana da cidade, precisaríamos ter entre 120 e 125 profissionais”, afirmou o coordenador. A Prefeitura deve realizar em breve convocação de mais candidatos aprovados no concurso para aumentar o número de pessoal.

Apesar do quadro insuficiente, as equipes têm se desdobrado para realizar um trabalho eficiente de acompanhamento e monitoramento das áreas cobertas. Segundo o último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti, realizado entre os dias 9 e 13 de janeiro, o percentual da cidade, contando apenas as áreas cobertas, é de 5,4% e os bairros em que a situação está mais crítica são Palmares I, com um índice de 8,1%, e Liberdade I, com 6,2%. O Ministério da Saúde estabelece como parâmetro o percentual de 1%, quando passa disso, é sinal de alerta.

Neste levantamento os agentes de endemias visitam as residências e fazem coletas de larvas do mosquito para identificarem se são do Aedes aegypti, Aedes albopictus ou outros. Com base nesses dados são definidas ações estratégicas de combate, como o mutirão que deverá ser realizado no final deste mês nos bairros com maiores índices de infestação.

Além das visitas domiciliares, ações em escolas e empresas são realizadas continuamente e reforçadas neste período de intensificação das chuvas. A reprodução do Aedes aegypti ocorre em água suja também, principalmente em criadouros artificiais, como copos descartáveis e caixas d’água, já o Aedes albopictus só se reproduz em criadouros naturais, como folhas e pedaços de árvores, com maior incidência nos bairros próximos de córregos e rios.

“A orientação é evitar água parada a todo custo, seja ela suja ou limpa. Quem precisar armazenar água precisa tampar seus reservatórios. Se não houver contribuição efetiva da população o nosso trabalho será em vão e as unidades de saúde continuarão superlotadas”, acrescentou Mickael Gross.

1 comentário em “Parauapebas: epidemia de Chikungunya lota Pronto Socorro Municipal

  1. Válter Responder

    Empresário conhecido como Baianinho, dono de Hotel em Xinguara
    é encontrado morto no quarto. Suspeita que foi a febre chicungunha. Ele também é proprietário de hotéis em Tucumã e Ourilândia.

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