Filho do presidente da Academia de Letras de Marabá foi assassinado a tiros horas antes do pai

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

A Polícia Civil está investigando, desde a noite de ontem, sábado (25), para elucidar o assassinato do professor, vice-presidente da Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP) e presidente da Academia de Letras de Marabá (ALMA), Eduardo Castro de Aquino Lima, e do filho dele Marlon Lima.

Marlon, que morava com o pai, foi assassinado a tiros, nas proximidades de um supermercado, na Folha, 29, Nova Marabá, em circunstâncias ainda não esclarecidas, na mesma noite. Uma amiga de Eduardo, que soube do caso, se dirigiu até a casa do escritor, por volta das 22 horas, no Bairro Quilômetro Sete, Núcleo Nova Marabá, para avisá-lo da tragédia. Encontrando a porta destrancada, entrou, e o que viu lhe deixou transtornada e em estado de choque, situação em que se encontra até o momento: Eduardo Castro também estava morto, com dois tiros. A mulher, de imediato comunicou outras pessoas e chamou a polícia.

Até o momento não se sabe se os dois crimes têm ligação, se foi uma infeliz coincidência ou se foi latrocínio. Amigos bem próximos de Eduardo Castro dizem que ele não tinha qualquer espécie de inimizade, não acumulava dívidas “nem era capaz de fazem mal a quem quer que fosse”.

A morte de Castro causou comoção na comunidade literária de Marabá e região, pela grande perda do amigo e homem de letras. “Sinto-me profundamente triste. Luto na poesia e para a literatura do Sul e Sudeste do Pará”, disse o escritor Airton Souza em sua rede social. “Estou chocado, muito, muito triste mesmo. Não sei o que dizer”, manifestou-se escritor e jornalista Ademir Braz, amigo de Eduardo Castro e que no sábado havia almoçado com ele. “Almoçamos, conversamos muito, sempre fazíamos isso”, disse Braz, inconsolável.

Genival Crescêncio de Souza, ex-secretário de Cultura de Marabá, também lamentou profundamente a perda de Eduardo Castro. “Uma tragédia, uma grande perda, Que Deus console a família dela”, disse. Eduardo Castro de Aquino Lima nasceu em 8 de outubro de 1951, no município de Rio Sono, estado de Tocantins, até então estado de Goiás e residia na cidade de Marabá desde 1988. Autodidata, alfabetizou-se somente aos 15 anos de idade, iniciando a partir daí, a sua grande afinidade com a literatura. Escritor e poeta, Eduardo Castro ocupou a cadeira nº 03 da ALSSP, que ajudou a fundar, tendo como patrono o consagrado poeta Gonçalves Dias. Castro tinha a arte literária como uma paixão em sua vida. Suas obras são sempre marcadas por temas de caráter social, pela busca à cidadania, e pela preservação da natureza, sempre em nome da vida.

O velório do corpo de Eduardo Castro acontece a partir das 17 horas, no templo da Igreja Assembleia de Deus Madureira, no Bairro Quilômetro Sete, Nova Marabá. Até o momento a família ainda não confirmou o horário do sepultamento, que deve ocorrer amanhã, segunda-feira (26).