Leishmaniose avança e 29 pessoas já foram diagnosticadas com a doença em Canaã

A vítima fatal mais recente foi uma criança de 3 anos de idade, que faleceu no hospital

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Dados oficiais da Secretária Municipal de Saúde, divulgados esta semana, dão conta que de janeiro deste ano até o dia 3 de julho, o município de Canaã dos Carajás já havia realizado 931 testes rápidos em cães. Ao todo, 29 pessoas apresentaram diagnóstico positivo para Leishmaniose Visceral, que está se alastrando por todos os municípios do sudeste do Pará.

No dia 25 de junho, uma criança de três anos de idade morreu após ser diagnosticada com a doença. A criança havia dado entrada no Hospital Municipal “Daniel Gonçalves” no dia 12 de junho e exames clínicos confirmaram a contaminação pela doença.

Foi dado início ao tratamento até que, 10 dias depois da internação, a criança foi transferida para o município de Tucuruí, distante aproximadamente 500 quilômetros de Canaã. Porém, ela não resistiu às complicações e morreu nas primeiras horas do último dia 25 de junho, naquela cidade.

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio de uma nota emitida pelo Departamento de Vigilância em Saúde, se manifestou sobre o caso, confirmando o diagnóstico, mas disse estar aguardando o prontuário do hospital onde a criança ficou internada em Tucuruí, para apurar a real causa da morte. Leia abaixo a Nota publicada pela Prefeitura:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

“Paciente encaminhada da USF Realino Pereira da Silva para HMDG, com suspeita de Leishmaniose Visceral. Foi admitida no HMDG dia 12 de junho com sinais clínicos de febre há aproximadamente 30 dias, hipocorada, hepatoesplenomegalia. Foi internada no mesmo dia e realizado exame confirmatório pelo método de imunocromatografia de Leishmaniose Visceral, cujo resultado acusou “reagente”.

De acordo com protocolos do Ministério da Saúde, foi iniciado tratamento com a droga de primeira escolha, glucantime, com dosagem calculada de acordo com peso da criança.

Durante o período de tratamento da criança foram realizados exames laboratoriais para acompanhamento do quadro clínico da paciente, de acordo com protocolos. No entanto, os resultados dos exames comprovaram que não estava havendo melhora clínica.

Diante do quadro de queda do estado geral e ausência de resposta adequada ao tratamento, associado à crise dispneica que a paciente apresentava, foi solicitada a transferência da mesma para um leito de UTI em hospital de grande porte. O leito foi solicitado dia 22 e liberado cerca de 24 horas depois para o município de Tucuruí.

Após “boatos” que circulavam sobre a morte da menor, o Departamento de Vigilância em Saúde entrou em contato com Hospital Regional de Tucuruí, que nos confirmou o óbito no dia 25 de junho deste ano, por volta das 6h45.

Diante dessa situação, a Vigilância em Saúde tem o papel de apurar os fatos, realizar a investigação a fim de constatar a causa básica do óbito. Para tal, foi solicitado prontuário do hospital onde ocorreu o óbito para auxiliar na investigação e, dessa forma, nos posicionarmos com maior clareza sobre o óbito ocorrido”.