Teto de escola desaba em Marabá e Seduc faz vistoria às pressas

Desabamento foi previsto dois dias antes por estudantes em manifestação no Ministério Público Estadual

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Uma equipe de engenheiros da Seduc (Secretaria de Estado de Educação) passou a tarde deste domingo, dia 20 de maio, nas instalações da Escola Estadual e Integral Dr. Gaspar Viana, localizada na Folha 16, núcleo Nova Marabá, em Marabá, para tentar determinar as causas de um desabamento ocorrido ontem, sábado, quando o teto de um dos prédios foi ao chão e o Corpo de Bombeiros determinou a imediata interdição daquele espaço.

O prédio que teve sua estrutura comprometida é o último pavilhão de um conjunto de cinco blocos. Ali funcionam um laboratório de informática, biblioteca e uma sala de aula e, segundo Nélio Palheta, da Assessoria de Comunicação da Seduc, a suspeita de desabamento teria se confirmado ainda na sexta-feira e a direção da escola conseguiu retirar estudantes às pressas. “Até ventilador ficou ligado. Os bombeiros chegaram e interditaram apenas aquele pavilhão”, explicou ele previamente à reportagem do blog na tarde deste domingo, na porta da escola.

Palheta também informou que nesta segunda-feira, dia 21, a Seduc deverá prestar mais informações à Imprensa sobre a situação do prédio e as obras que deverão ser executadas para reparar os danos.

Do lado de fora, a Reportagem acompanhou também a vistoria dos engenheiros, que encontraram infiltrações, rachaduras, instalação elétrica antiga e necessitando troca, problemas em forro, reboco, entre outros que serão apresentados em relatório minucioso. O trabalho da equipe foi acompanhado pela diretora da 4ª URE (Unidade Regional de Educação), que representa a Seduc em Marabá e em outros 16 municípios desta região.

Desabamento anunciado

Durante manifestação de estudantes de três escolas estaduais na quinta-feira da última semana na porta do Ministério Público Estadual, o estudante Felipe Dias, do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Gaspar Viana, fez um desabafo e contou por que não tem condições de estudar em local que não tem banheiro adequado, “o teto está quase desabando”, o forro do auditório está deteriorado. “As provas do primeiro bimestre foram feitas no escuro, não tinha luz na sala de aula. E ainda implantaram, na marra, escola em tempo integral”, criticou.

Felipe observou também, na ocasião, que os gestores do ensino médio planejam que os alunos fiquem na escola todos os dias de 7h50 até 17 horas, mas não oferecem alimentação adequada. “Todo dia a gente come sardinha, isso não tem condição”, alfinetou.

Resposta da Seduc

Em nota divulgada neste domingo, a Seduc informa que uma empresa iniciará as obras de reparo imediatamente. A Escola Gaspar Viana é uma das quatro instituições de ensino, localizadas no município, com projeto de reforma em andamento e que a licitação será aberta no dia 15 de junho. Além da Gaspar Viana, a Seduc pretende reformar, em Marabá, as escolas Gabriel Sales Pimenta (em Morada Nova), Liberdade, no bairro de mesmo nome, e Plínio Pinheiro, na Marabá Pioneira, todas elas em péssimas condições estruturais, segundo relato dos estudantes e da promotora Mayanna Queiroz, que também fez vistoria nos espaços com ajuda de engenheiros do MP. Inclusive, ela chegou a entrar com Ação Civil Pública contra o Estado do Pará em 2017 para tentar garantir a reforma das referidas unidades educacionais.

Histórico

Inaugurada no ano de 1987, a Escola Gaspar Viana passou a ser a mais procurada nos anos seguintes e havia até exame de proficiência para conseguir uma vaga naquele estabelecimento, que tinha até mesmo o ensino fundamental, que ainda não havia sido municipalizado. Com o passar dos anos, a estrutura foi ficando obsoleta e apenas pequenas reformas, como pintura, eram realizadas com longa periodicidade.

Até agora, a Seduc não informou se as aulas ficarão suspensas totalmente no Colégio Gaspar Viana, ou apenas parcialmente.

Por Ulisses Pompeu – Correspondente em Marabá