Ficou para a próxima sexta-feira (24), às 10 horas, a Sessão Extraordinária que vai definir sobre a abertura do processo que poderá cassar o mandato do prefeito afastado Artur de Jesus Brito (PV). Em sessão polêmica, os vereadores de Tucuruí optaram por não apreciar hoje (21) o pedido de abertura de CPI que pode terminar na cassação do executivo.
O pedido foi feito pelo vereador Weber Galvão (PMDB), irmão do ex-prefeito assassinado Jones William. O documento expõe indícios da existência de interesse de Artur na morte de seu antecessor, assassinado em julho deste ano enquanto vistoriava uma obra na estrada de acesso ao aeroporto.
A mãe do prefeito, Josineide Brito está presa temporariamente por suspeita de envolvimento no assassinato do prefeito anterior. Mais três pessoas foram presas durante a operação que investiga a morte do prefeito.
Rony Santos (PSC), presidente interino da Câmara, disse que a população quer uma resposta da Casa de Leis. Contudo, lembrou que é preciso cumprir o Regimento Interno da CMT e, por isso, a decisão da abertura da CPI foi adiada para a próxima sexta-feira. Ele explicou que foram convocados os suplentes dos vereadores Weber Galvão, o denunciante, e Lucas Brito, irmão do prefeito afastado Artur Brito e também citado na denúncia, já que eles, diretamente envolvidos, não podem votar.
Os suplentes Deley Santos (PV) e Marcelo Campos (PMDB) substituíram os vereadores Lucas Brito, irmão do prefeito afastado, e Weber Galvão (PMDB), autor do requerimento contra o prefeito afastado.
A votação da abertura do processo de cassação foi adiada, pois o suplente Deley Santos (PV) alegou desconhecer o conteúdo das denúncias e pediu para avaliar o processo. Marcelo Campos não compareceu à Sessão. O pedido de vista foi aprovado pelos demais vereadores na sessão.
Na sexta-feira eles retomam as discussões do processo e devem realizar a votação da abertura ou não de CPI. “Estamos aqui para defender os interesses da população, mas de forma correta, sem que sejamos levados pela emoção. Vamos tomar a decisão de forma coerente e pautada nas provas que serão apresentadas”, declarou o presidente.
Em áudio compartilhado pelos tucuruienses via aplicativo de mensagens, Marcelo Campos disse que não participou da sessão porque até então não havia sido informado sobre o pedido para que assumisse o cargo de vereador. “Além disso, por lei, eu teria que ser exonerado para assumir a função de vereador, já que estou secretário de Serviços Urbanos, e isso não aconteceu”, justificou.
Deley Santos disse que pediu vista ao processo para que pudesse se inteirar sobre o tema e poder votar com responsabilidade. O suplente disse estar avaliando todo o processo e alegou não saber do que se tratava a denúncia. “Pedi vista, já que fui chamado ontem às 18h e não dispunha de subsídios para votar em uma matéria que não tenho conhecimento. Não vim para defender ou acusar ninguém e na sexta-feira estrei preparado para votar com responsabilidade”, justificou o vereador.
Weber Galvão, irmão do ex-prefeito assassinado disse que existe uma manobra política dentro da Câmara para engavetar a denúncia, protocolada há 15 dias. “Perderam a cópia do DVD com as provas e tive de registrar Boletim de Ocorrência para poder dar continuidade ao processo. Esta casa de Leis perde a oportunidade de fazer a justiça. O povo quer justiça”, declarou o vereador.
Artur Brito está afastado do cargo desde a última segunda-feira (13) sob suspeita de improbidade administrativa. A decisão do juiz Pedro Henrico de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Tucuruí afastou, além do prefeito, o chefe de gabinete e o secretário de obras de Tucuruí.
Lideranças comunitárias e partidárias acamparam na noite desta segunda-feira (20) para pressionar os vereadores a votarem pela cassação de Artur Brito. Na próxima sexta-feira, os líderes ameaçam fechar a BR-422 caso a votação termine em “pizza”.
O prefeito afastado recorreu da decisão e ainda esta semana a justiça deve dar parecer quanto ao pedido de reintegração ao cargo. O presidente da Câmara Municipal, Benedito Couto (PROS) assumiu interinamente o cargo de prefeito.